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Sílabas cortadas: Uso de telas pode prejudicar a comunicação das crianças, alertam especialistas

Recentemente foi criada a "trend do corte seco", que é uma comunicação realizada entre as crianças com sílabas cortadas

Bruna Lima

Os programas de televisão, aplicativos e redes sociais têm influenciado significativamente a vida das pessoas, especialmente das crianças. Em algumas famílias, pais e responsáveis encontram dificuldades para impor limites ao uso das telas. Uma nova tendência, chamada "trend do corte seco", vem chamando atenção. Essa prática consiste em crianças se comunicarem usando palavras com sílabas cortadas, sem pronunciá-las completamente, o que tem gerado preocupação entre professores e especialistas.

Impactos das telas no desenvolvimento infantil

A médica anestesiologista Catarina Barbalho, mãe da pequena Antonella, de dois anos, compartilha sua experiência sobre o tema. Ela busca informações constantes com pediatras e especialistas sobre a importância de limitar o uso de telas na infância.

“E eu também, como mãe, como profissional da saúde, sempre busquei também estar me atualizando em relação a isso. Hoje, nós temos muitos artigos e estudos que falam sobre o uso abusivo de tela associado ao déficit cognitivo das crianças, dificuldade de aprendizado, dificuldade de concentração, a linguagem da criança, o linguajar fica comprometido e sociabilização delas com outras crianças”, pontua a mãe.

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Especialistas alertam que "trend do corte seco" compromete o aprendizado das crianças 
A pedagoga Maria Eduarda do Nascimento Pinheiro diz que a trend vem ganhando espaço

Para substituir as telas, Catarina investe no estímulo à leitura e atividades manuais. “Eu sento com a minha filha no chão, eu leio, eu mostro gravuras. Tudo de acordo com a faixa etária dela. Ela tem dois anos, a leitura das gravuras, pintura, massinha são coisas que estimulam a atenção, a criatividade”, destaca.

A preocupação com a "trend do corte seco"

A pedagoga Maria Eduarda do Nascimento Pinheiro alerta sobre os efeitos da "trend do corte seco". “O que a gente percebe é que algumas crianças fazem isso por uma questão de reprodução da trend e outras fazem por dificuldade na comunicação", aponta.

Segundo a pedagoga, esse comportamento prejudica o desenvolvimento intelectual, e os responsáveis precisam corrigir a fala inadequada desde cedo. “Muitos pais procuram por essa orientação quando os filhos já estão grandes. Isso acaba prejudicando”, orienta Maria Eduarda.

O papel da fonoaudiologia na prevenção

A fonoaudióloga Christiane Menezes reforça que a influência das telas na comunicação é um tema amplamente discutido entre especialistas. “As telas reduzem as oportunidades de exposição à linguagem esperada em diversos contextos de comunicação, podendo causar atrasos cognitivos, transtornos fonológicos e dificuldades de aprendizagem”, explica.

Além disso, o uso excessivo das telas impacta negativamente a socialização infantil. Para evitar esses problemas, Christiane sugere que os pais fiquem atentos ao tipo de estímulo que os filhos recebem e reduzam o tempo de exposição às telas.

“Modelar uma fala articulada, usar palavras adequadas ao contexto e estimular diálogos enriquecem o desenvolvimento da linguagem. Elogiar as tentativas de comunicação da criança e mostrar-se disponível para interagir são estratégias fundamentais”, conclui.

Como agir?

Especialistas recomendam que pais e responsáveis monitorem o comportamento das crianças, buscando corrigir padrões de fala inadequados e oferecendo alternativas saudáveis, como leitura, brincadeiras criativas e interação verbal.

Limitar o uso de telas e buscar apoio de profissionais, como fonoaudiólogos e pedagogos, é essencial para garantir um desenvolvimento saudável e completo.

Belém