Sexta-feira Santa: procissão de Nossa Senhora das Dores emociona devotos em Belém
A saída da imagem ocorreu por volta de 8h, da Igreja de São João Batista, na Praça do Líbano, na Cidade Velha
A saída da imagem ocorreu por volta de 8h, da Igreja de São João Batista, na Praça do Líbano, na Cidade Velha
Desde às 8h da manhã desta Sexta-Feira Santa (29) vários devotos estiveram nas ruas de Belém acompanhando a procissão de Nossa Senhora das Dores, que saiu da Igreja de São João Batista, na Praça do Líbano, no bairro da Cidade Velha. Em mais um ano de veneração e adoração, os fiéis não contiveram a emoção. A procissão percorreu cerca de 3,4 km, até chegar na Catedral Metropolitana, por volta de 10h50. Todo o percurso durou aproximadamente 2h40, momento em que ocorreu o encontro com a imagem do Senhor dos Passos.
Por volta de 8h35 da manhã, quando os devotos e a procissão se aproximavam da Catedral, uma leve chuva começou a cair. Para proteger a imagem e evitar possíveis danos, uma manta foi colocada sobre a santa, permitindo que a caminhada continuasse sem interrupções.
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A programação para o trajeto da procissão é que ele contemple a Trav. Joaquim Távora, Rua Dr. Malcher, Rua Padre Champagnat até a Rua Siqueira Mendes, Trav. Dom Bosco até a Dr. Assis, Rua Cap. Pedro Albuquerque até a Rua ngelo Custódio, Praça Felipe Patroni, Av. Portugal, Rua 16 de Novembro até a Igreja Nossa Senhora das Mercês. Ao longo do percurso também serão feitas paradas, no Abrigo João de Deus, Igreja Nossa Senhora do Carmo e Catedral Metropolitana.
Para Monsenhor Agostinho, Vigário Geral da Arquidiocese de Belém, a procissão marca um dos momentos mais emocionantes da Sexta-Feira Santa. “Agora nós começamos a vivenciar o momento em que Jesus é condenado e essa condenação levará até o calvário. No calvário ele será crucificado. Nesse trajeto acontece isso que nós estamos vivendo hoje, que é a procissão do encontro. Ou seja, no caminho da dor, onde ele encontra vários personagens. Mas há um olhar diferente, que é o olhar de sua mãe, a mãe que acompanha o filho nesse trajeto. Então a alegria católica é muito importante porque Maria, que disse o sim para que o filho de Deus se encarnasse, continua dando o sim diante da cruz e do sofrimento”, declara.
Uma das devotas que, carregando um terço na mão, não continha lágrimas é Elizabeth Bulhosa, assistente social. Devota que acompanha a procissão há dez anos, ela relata não saber explicar o tamanho da emoção de participar da solenidade. “Tudo que Jesus passou, nenhum de nós vai passar. Mas é uma coisa que não tem explicação. É uma coisa fora de órbita pra mim, porque Deus está no meio de cada um de nós e a fé que nós trazemos é o que nos faz fazer essa caminhada. É um momento de muita emoção e de agradecimento, por tudo”, afirma.
Rosemary Rodrigues, de 59 anos, uma das devotas que participavam da procissão, relatou que há mais de 30 anos acompanha Nossa Senhora das Dores. Para ela, a santa representa força e gratidão.
“Pra mim é uma gratificação. Ela é tudo pra mim. Primeiramente a gente agradece a Deus, nosso pai, mas quando a gente vem aqui é a minha gratidão que fala mais alto por tudo que eu passei, pela minha família. Foi muita coisa pesada, ruim, morte, tudo isso. Mas a gente supera. Com ela a gente supera tudo. É só agradecer muito. O meu choro não é de tristeza, é de felicidade”, expressou.
Após a chegada na Igreja Nossa Senhora das Mercês, no Bairro da Campina, debaixo de uma intensa chuva, os devotos aguaradaram até o inicio do sermão do encontro, que antecedeu a Procissão do Encontro até a Catedral Metropolitana.