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Sermão do Descendimento da Cruz: fiéis são levados a refletir sobre ‘dor’ e 'renúncia' de Jesus

Prática devocional é antiga e faz parte da programação da Semana Santa da Arquidiocese de Belém desde 2016

Amanda Martins

A tarde da Sexta-Feira da Paixão iniciou com a Ação Litúrgica da Paixão do Senhor. Na Catedral Metropolitana de Belém, ela é presidida pelo Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira, desde às 17h. Os católicos foram levados a refletir sobre a morte de Cristo no Calvário. O momento é marcado por fortes emoções. Membros da igreja, inclusive, dom Alberto, entraram em silêncio pelo profundo respeito pelo momento vivendo por Cristo, o momento que Ele é levado ao Calvário.

Durante a Ação Litúrgica, os párocos estão fazendo os fiéis presentes na igreja recordarem a condenação e prisão, que levou à morte de Jesus Cristo na cruz. Toda a liturgia mostra aos católicos a entrega de Jesus à humanidade. Esse é o único dia do ano em que igreja não celebra missa. Mas, para refletir sobre a dor vivenciada por Cristo, os presentes rezam de joelhos.

No sermão, o dom Alberto Taveira explicou que a tarde que estão os cristãos estão vivendo na Sexta-Feira Santa é totalmente diferente de qualquer outra. Segundo ele, entrar em silêncio na igreja, não utilizar artigos de luxos e praticar a humildade é, sobretudo, ter respeito à morte de Cristo.

Em seguida, o Arcebispo de Belém trouxe uma reflexão: “Se o Pai amava seu filho, por que permitiu que Ele passar por aquela morte? Muitas pessoas devem se questionar sobre a impressionante dor que Jesus sofreu, o mais profundos dos sofrimentos humano. Ele experimentou se sentir abandonado. Mas Cristo nos ensina que não há qualquer sofrimento físico, moral, que não podemos transformar em amor. Não tema a Deus”, afirmou o arcebispo.

A programação da Sexta-feira da Paixão e Morte de Jesus chegará ao fim por volta das 18h desta sexta-feira (7), com a 6ª edição do Sermão do Descendimento da Cruz, pregada pelo diácono Leandro Guerra, da Catedral Metropolitana, na Sé, localizada no bairro da Cidade Velha, em Belém.

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O momento do Sermão do Descendimento da Cruz vai relembrar aos fiéis o doloroso momento em que Jesus é retirado da Cruz e colocado no sepulto. A intenção é que cada católico sinta em seu íntimo o mesmo que José de Arimatéia sentiu ao tirar o corpo de Jesus da cruz e a angústia de Nossa Senhora ao ter o filho nos braços e sepultá-lo. Essa prática devocional é antiga e faz parte da programação da Semana Santa da Arquidiocese de Belém desde 2016. 

Ainda no sermão, os católicos são levados a refletir também sobre como tantas mães sentem-se ao receber seus filhos mortos nos braços, vítimas de violência, droga ou acidentes. 

Após o Sermão do Descendimento da Cruz, terá a Procissão do Senhor Morto, que estará acompanhada da Imagem de Nossa Senhora das Dores. A procissão tem saída na Catedral e segue até a igreja de São João, também no bairro da Cidade Velha.


Devota comenta reflexões após dia de sermões e procissões

A dona de casa, Rose Moraes, de 43 anos, foi com os dois filhos acompanhar a Ação Litúrgica e ficará para participar da Procissao do Senhor Morto, que ocorre no final da noite. Desde cedo, ela está frequentando várias igrejas e contou que a cada nova procissão, consegue refletir sobre um ensinamento de Cristo e resignificando o momento Pascoal que está vivenciando. 

“Apenas sinto gratidão por Jesus ter morrido por nós. Fico sem palavras para Ele. Não é nem sacrifício vir para cá, porque sinto que a cada ano consigo sair uma pessoa nova, trago os meus filhos para que eles possam desde pequenos entender como é viver em Cristo”, afirmou emocionada. 

Para Rose, um dos momentos mais marcantes do dia de hoje é relembrar a entrega de Jesus à morte. “A gente costuma ter medo de morrer, mas Ele nos ensinou que não podemos ter receio algum, porque morremos em Cristo. Até me emociono de falar, porque é algo que estou pensando nisso durante a manhã inteira”, complementou.

Belém