Sabores da gastronomia paraense ganham o Brasil e são destaques em diversas cidades
Um dos nomes à frente desse movimento é o chef Edmilson Macêdo, 54, proprietário do Restaurante Beija-Flor, em Mosqueiro, que leva a autenticidade da culinária do Pará a novos horizontes
A gastronomia paraense vem ganhando destaque nacional com a expansão de seus sabores para além do Pará. No Rio de Janeiro e em outras cidades do Brasil, pratos típicos como escondidinho de pirarucu com banana-da-terra vêm conquistando o paladar do público. Um dos nomes à frente desse movimento está o chefe de cozinha Edmilson Macêdo, 54, proprietário do Restaurante Beija-Flor, em Mosqueiro, que leva a autenticidade da culinária do Pará a novos horizontes. E, às vésperas da COP 30, o profissional acredita que esse atrativo gastronômico local pode ir além e conquistar até mesmo o mundo.
Trabalhando com a gastronomia regional há cerca de 30 anos, o cozinheiro conta que tudo isso exige desenvolvimento constante. E ele segue conquistando cada vez mais paladares ao levar o sabor do Pará a estados como Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo e no Rio de Janeiro. “Cada vez mais, estou me aperfeiçoando, principalmente nos nossos pescados, nos nossos produtos regionais. Estou difundindo isso para o Rio de Janeiro, onde eu já sou bem aceito com a gastronomia amazônica”, comenta o chefe de cozinha.
“Hoje, o filhote com ervas finas é assim o meu carro-chefe. Também trabalho muito com a questão do jambu, o tucupi, do nosso pirarucu. Mas o carro-chefe, o meu peixe dos olhos de ouro, é o filhote. Desde que eu fui morar fora, no Rio de Janeiro, sempre levei a minha cultura, que foi na minha bagagem. Tenho muito de ser paraense e levar a nossa culinária para o topo. E está entre as melhores. Sempre acreditei no poder das nossas ervas, do nosso pescado, da nossa maniçoba”, relata.
Com esse trabalho, os pratos locais já alcançaram grandes personalidades, como lembra Edmilson: "Já cozinhei para pessoas de destaque. Em um evento, fiz um filhote para o Neguinho da Beija-Flor. Também irei levar o prato para um jantar na quadra da [escola de samba] Beija-Flor, para a porta-bandeira da escola. E, no ano retrasado, fiz um almoço para a dona Zeneida, na casa dela, no Rio de Janeiro. Também, nos 90 anos dela, no Marajó, no ano passado. Eu que fui o chefe. Tudo na pegada regional", comenta
Receptividade
Segundo o chefe, a boa receptividade fora do estado e a satisfação do público concretizam e reforçam o encanto pela gastronomia regional. “E, hoje, a gente é querido em todo canto. Nos locais que a gente abre um ponto gastronômico e leva nossa comida, é sucesso na certa. Então, eu tô apostando muito nesse histórico de sucesso. Quero agora, inclusive, abrir um restaurante em Copacabana, mas para levar a nossa cultura, o nosso pescado, o nosso açaí, as nossas frutas a esse estado”.
"Esse encanto das pessoas é porque os nossos pratos são exóticos. E ainda, têm um sabor acentuado. É inigualável. É diferente dos sabores de outros lugares. Tudo é diferente, os temperos, por exemplo, que não encontramos em outro lugar do mundo. E a gente encontra aqui, no Pará. Não tem como disputar. A nossa gastronomia está sendo reconhecida pelo mundo. E, para mim, considero que cozinhar é uma arte", acrescenta Edmilson, ao lembrar da importância dessa cultura.
Com a chegada da COP 30, que será realizada em novembro, na capital paraense, quando o estado receberá milhares de pessoas, a culinária também estará em destaque. A poucos meses do evento, o tema já ganha relevância pelo Brasil e pelo mundo. "Temos uma diversidade muito grande em termos de frutas e pescados, entre outros. E esse é o momento de lembrar que devemos preservar a natureza, levando para fora essa cultura alimentar. Podemos levar frutos como o bacuri e as castanhas, que são bem mais valiosos em pé do que derrubar", observa.