Rico acervo de O LIBERAL é encontrado na biblioteca do Centur, em Belém

Esse acervo mostra a decisiva contribuição de O Liberal na preservação da história do Pará e da Amazônia

Dilson Pimentel

O rico acervo de 78 anos de O LIBERAL é encontrado na Biblioteca Pública Arthur Vianna (BPAV), no terceiro andar da Fundação Cultural do Pará (FCP), no Centur, em Belém. Por causa do desgaste do tempo, esses exemplares antigos não são manuseados pelas pessoas. E, por isso, são microfilmados.

Está lá, por exemplo, a primeira edição do jornal, datada de 15 de novembro de 1946. O jornal era assim apresentado: “Órgão do Partido Social Democrático do Pará”. Há, também, a edição de quando o jornal foi comprado pelo empresário Romulo Maiorana, o seu Romulo, em maio de 1966. Já sob o comando do empresário, diz um trecho do editorial publicado naquele dia: “Sob novo comando, O LIBERAL volta hoje às mãos dos leitores dentro de sua feição tradicional e característica: um jornal moderno e vibrante”.

Edições históricas de O LIBERAL disponíveis para consulta pública no Centur

Esse mesmo editorial lembra que o jornal havia sido fundado sob a inspiração “de um dos maiores homens públicos da Amazônia, o general Magalhães Barata, cujas virtudes de civismo e de espírito público são exemplo e padrão para as novas gerações”.

Com o tempo, O LIBERAL tornou-se um dos veículos mais influentes do estado ao longo das décadas. Desde sua criação, acompanhou e reportou os principais eventos históricos, políticos e sociais do Pará, com destaque para o período inicial em que era associado ao general Magalhães Barata, um importante líder político paraense.

image Uma das primeiras edições de O LIBERAL logo após a aquisição do veículo feita por Romulo Maiorana, em maio de 1966 (Igor Mota / O Liberal)

Na segunda metade do século XX, O Liberal ganhou força após ser adquirido pelo empresário Romulo Maiorana. Ele modernizou o jornal, transformando-o em um dos mais importantes do País, expandindo sua cobertura e dando uma abordagem profissional, se distanciando da antiga abordagem partidária.

Esse acervo mostra, portanto, a decisiva contribuição de O Liberal na preservação da história do Pará e da Amazônia. Na biblioteca do Centur, os jornais são preservados em microfilmes e formato digital, uma rica fonte de pesquisa histórica sobre o Pará e a Amazônia. No espaço onde ficam os jornais antigos não é permitido, por exemplo, entrar com alimentos no local.

“O LIBERAL é o mais pesquisado”, diz servidora que trabalha na biblioteca do Centur

“Eu zelo por esse acervo que eu amo tanto e que é tão importante para pesquisadores, professores, universitários, médicos, advogados, estudantes”, disse.

image A servidora Normélia Gonçalves segura um exemplar da primeira edição de O LIBERAL (1946) em meio a prateleiras com jornais antigos na Biblioteca Pública Arthur Vianna, em Belém (Igor Mota / O Liberal)

“Eu arrumo e amarro direitinho, guardo e, se está bagunçado, eu arrumo de novo. O LIBERAL é o jornal mais pesquisado porque tem muito mais informação”, disse Normélia, que trabalha no arquivo desde 2007. “Eu fico tão feliz quando alguém vem procurar um assunto tão relevante e eu ajudo. A pessoa fica tão feliz e eu também. Estamos aqui para servir bem e zelar pelo acervo”, disse ela, que, na verdade, está ajudando a preservar a memória histórica do Pará.

No acervo estão jornais com edições históricas. Uma delas é a chegada do homem à lua, em 1969. A manchete do jornal no dia 18 de julho de 1969 é: “Homem desce na lua com antecedência de 4 horas”.

Outros fatos históricos noticiados pelo jornal: o golpe militar de 1964, a promulgação da Constituição Brasileira, em 1988, o lançamento do Plano Real, em 1994, o ataque às Torres Gêmeas, nos Estados Unidos, em 2001, e o primeiro caso de covid no Pará, em março de 2020. No dia 19 de março a manchete do jornal informa: “Coronavírus chega ao Estado. Pará confirma o 1º caso e investiga 64 suspeitos”.

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