Raimundo Farias, fotojornalista aposentado de O Liberal, morre ao 79 anos em Belém
Causa da morte foi uma parada cardiorrespiratória em decorrência de um quadro de pneumonia. Sepultamento será no Cemitério Municipal Parque dos Girassóis, em Ananindeua.
O ex-repórter fotográfico de O Liberal Raimundo Farias Dias faleceu ontem (2), aos 79 anos, em Ananindeua. Ele foi internado com pneumonia e sofreu duas paradas cardiorrespiratórias na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Icuí-Guajará. Após a segunda parada, não resistiu. A família recebeu a notícia do falecimento por volta das 13h.
O velório ocorreu ao longo da madrugada desta segunda-feira (3) na residência de Raimundo, na Cidade Nova 6. O sepultamento será agora pela manhã no Cemitério Municipal Parque dos Girassóis, em Ananindeua, restrito aos familiares. Raimundo sofria de pressão alta e era fumante, o que comprometeu seu pulmão ao longo dos anos. Ele passou mal em casa e foi levado de ambulância para a UPA, onde permaneceu consciente até ontem pela manhã.
Com uma trajetória marcante no fotojornalismo paraense, Raimundo Farias atuou por muitos anos no jornal O Liberal. Mesmo após se afastar da profissão, era assinante de O Liberal e mantinha o hábito de ler o impresso diariamente, segundo Ananias de Sousa, genro do fotógrafo. Ananias também conta que o sogro guardava suas câmeras como lembrança da carreira, falava com carinho sobre o jornalismo e acompanhava as transformações da área.
“É triste, porque ele era uma pessoa boa. Sempre cuidou dos filhos e netos com maior atenção, praticamente carregava todo mundo no colo”, disse Ananias.
O fotojornalista de O Liberal, Cristino Martins, que trabalhou junto com Raimundo na redação do jornal, lamentou o falecimento do amigo e falou do legado que o fotógrafo deixou para o jornalismo. "Falar do meu amigo Raimundo Dias, o 007 [apelido de Raimundo], é lembrar da boa conversa, uma conversa enriquecedora e longa, porque ele falava devagar, mas sempre com assuntos inteligentes. Para mim, é uma perda muito grande. Foi um amigo que saiu da empresa, deixando saudades. De vez em quando nos comunicávamos", conta Cristino.
Relembrando a transição para a fotografia digital, Cristino lembra que Raimundo se adaptou a esse momento e era muito querido nos lugares em que trabalhava. " O Raimundo Dias foi um dos meus professores dentro de O Liberal. Foi ele quem me ensinou a parte do laboratório, como revelava, como copiava as fotos, como revelava os filmes, como copiava as fotos. E, na fotografia, propriamente dito, ele me ensinou muito sobre o mundo social de Belém, quem era quem, o que fazia", diz Martins.
"E sim, eu copiei muito, meu amigo Raimundo Dias, copiei no sentido de tentar fazer um pouco do que ele fazia no colunismo social", completa Cristino. "Ele fazia o trabalho com uma tranquilidade, observando o que estava acontecendo naquela noite, quem ele deveria fotografar e quem não devia. E, no dia seguinte, ia para o jornal com aquele material bem legal que os colunistas. Ele saiu do jornal aposentado ficando a saudade. É uma grande tristeza [a perda]. Fica a minha saudade do meu amigo Raimundo Dias", relembra.
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