O projeto de conexão de Cotijuba ao Sistema Interligado Nacional (SIN) terá um investimento total de R$ 61,4 milhões e vai beneficiar diretamente quase quatro mil clientes que moram na ilha. A previsão é que os trabalhos sejam concluídos até o primeiro semestre de 2024.
Os detalhes do projeto foram divulgados, à imprensa, na manhã desta quinta-feira (19). Até o dia 27 de outubro, a Equatorial Pará realiza a nova fase do projeto de conexão da Ilha de Cotijuba ao SIN, que vai garantir energia com ainda mais qualidade, segurança e alta capacidade de atendimento na região.
A empresa fará a travessia subaquática de 5,2 km de cabos de distribuição, no rio Pará, que vai conectar o distrito de Icoaraci, parte continental de Belém, até a Ilha de Jutuba, que fica no meio do percurso até Cotijuba. Essa etapa da iniciativa tem o investimento de R$ 42 milhões.
As primeiras fases do projeto começaram em agosto deste ano, com a ampliação da subestação Outeiro, que vai suprir a região; a construção de redes de distribuição entre a subestação e a orla de Icoaraci, onde há a cabine de transição para a interligação do cabo subaquático, e também, com as melhorias das redes internas de Cotijuba.
Após essa etapa de interligação subaquática entre Icoaraci e a ilha de Jutuba, a próxima fase será a construção de 6,5 km de rede área entre Jutuba e Cotijuba. A obra completa tem previsão de ser entregue à população em 2024. Atualmente, a ilha de Cotijuba é atendida através do sistema isolado proveniente de uma usina termelétrica a óleo diesel, o que representa um alto custo de geração. Com a conclusão da interligação ao SIN, a usina será desativada, o que, além de melhorar a qualidade da energia, também trará benefícios ao meio ambiente, já que o combustível fóssil deixará de ser queimado.
LEIA MAIS:
Projeto vai proporcionar instalação de novos empreendimentos em Cotijuba
Gerente de relações institucionais da Equatorial Pará, Mauro Chaves deu entrevista à imprensa sobre essa iniciativa. “Esse é um projeto que visa interligar a ilha de Cotijuba ao Sistema Interligado Nacional de Energia Elétrica - ou seja, a energia firme que é gerada em usinas por todo o Brasil. Hoje a ilha de Cotijuba é atendida por uma usina termoelétrica. Então isso, na realidade, tem restrições porque a capacidade é limitada. Hoje está plenamente atendido, mas, com essa interligação, isso vai propiciar que novos empreendimentos se instalem na ilha com uma energia de maior confiabilidade e segurança”, afirmou.
E, nesta quinta-feira, ocorreu o lançamento do cabo subaquático. Ao todo, a população beneficiada é de oito mil pessoas. “Uma energia com sustentabilidade, porque, a partir disso, nós deixaremos de consumir óleo diesel. Para que se tenha uma ideia, aproximadamente 1 milhão e 740 mil litros de combustível que são consumidos durante o ano para gerar energia lá. E, a partir dessa interligação, tudo isso acaba. E, para o meio ambiente, isso é mais do que benéfico e tudo se conjuga com os esforços para a COP 30 que ocorrerá aqui em Belém em 2025. E daremos esse presente para Cotijuba ainda em 2024”, afirmou.
Márcia Oliveira, da coordenação do Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém (MMIB), que existe há mais de 20 anos, também falou sobre o projeto da Equatorial Pará, e cujo foco é fortalecer o turismo comunitário e os artesãos. A sede da associação é em Cotijuba. “Como moradora, é um benefício que a gente está aguardando há vários anos”, disse. “A melhoria da energia é necessária para todos nós. Vai nos auxiliar muito, principalmente em relação ao turismo”, afirmou.