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'Professor Jaspion' do Castanheira usa o cosplay para diversificar as aulas de matemática

O também conhecido como 'Professor Aranha', por conta do cosplay de Homem-Aranha, diz que viu o interesse e a conexão com os alunos aumentar após levar a cultura pop para a sala de aula na escola Maridalva Pantoja

Igor Wilson

O professor Marcos Aguiar, que dá aulas de matemática para crianças da Escola Estadual de Ensino Fundamental Maridalva Pantoja, no bairro do Castanheira, pedala cerca de 20 minutos de sua casa até seu local de trabalho. Pelas ruas de piçarra que o levam até seus alunos, o professor leva uma bagagem grande. Dentro dela está um de seus materiais de trabalho: uma roupa do Jaspion, o super-herói japônes que marcou uma geração nos anos 1980 e 1990, época que a extinta TV Manchete fazia sucesso com o público infantil.

Fã do universo cosplay, Marcos um dia ganhou coragem para ir trabalhar vestido como herói. Começou com o Homem-Aranha. “Minha irmã criticou, perguntou se eu não tive infância, mas mesmo assim tomei coragem e fui”, diz. Foi um sucesso tão grande, que o professor passou a dar aulas caracterizado em quase todas as sextas-feiras. Quando chega na sala como super-herói, é ovacionado pela criançada. Quando vai sem a roupa especial, é cobrado pela turma.

“Eu amo o que eu faço e isso é um combustível para uma vida feliz. Juntei meu amor pelo universo dos super-heróis ao do meu trabalho. Chego na sala de aula sem roteiro, chego como o Jaspion, procurando viver o personagem, pensando que estou ali para ajudar em alguma situação, como era na série. Imagino toda cena e os alunos vivem isso comigo, me ajudam. Esses jovens que do pós-pandemia vieram muito desinteressados, me vestir de herói foi uma estratégia de ouro pra mim. Melhorou 99%", comenta o professor.

Marcos diz que as crianças começaram a ficar mais assíduas, mais interessadas, começaram a falar pra outros colegas que tinham aula com o professor herói. O professor preza pela perfeição em suas peças, inclusive tendo encomendado capacetes de heróis como Jaspion e Power Rangers de um requisitado profissional em Minas Gerais. “É tudo fibra de vidro, o mesminho usado nas séries”, diz empolgado, diante de alunos maravilhados com todas as performances que executa a cada aula especial. Ele pode não pilotar o robô Daileon, de Jaspion, mas se considera um Gigante Guerreiro da Educação.


Belém