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Por que fiéis carregam imagem de Cristo morto após o Sermão das Sete Palavras? Entenda a procissão

Padre Alan Silva explica o significado do tradicional momento da Semana Santa

Eva Pires | Especial para O Liberal

Ao som comovente de orações e cânticos, fiéis acompanham, nesta Sexta-feira Santa (18), a procissão com a imagem do corpo morto de Jesus Cristo na capela do Colégio Santo Antônio, no bairro da Campina, em Belém. O momento encerra a 146ª edição do Sermão das Sete Palavras, ou Sermão das Três Horas da Agonia, e simboliza o sepultamento de Cristo após a crucificação. O padre Alan Silva explica que, mais do que um ritual, a procissão expressa a fé na ressurreição e renova a esperança cristã.

Presidida pelo cônego Plínio Moraes Pacheco, pároco da Paróquia Jesus Ressuscitado, a celebração reúne centenas de fiéis que, em silêncio e oração, refletem sobre as últimas palavras de Jesus no Calvário. Ao final do sermão, a imagem de Cristo é conduzida em uma curta procissão pelo interior da capela, gesto que remete à passagem bíblica em que o corpo do Salvador é levado do Monte Calvário ao túmulo.

"É um momento de veneração, que nos recorda que, embora morto, Jesus venceu a morte", explica o padre Alan Silva. "Esse corpo inanimado é o mesmo que ressuscita no domingo de Páscoa. A morte não tem mais soberania sobre nós. É essa relação belíssima que nós temos com Deus, nessa esperança de chegar ao reino dos céus", acrescenta o sacerdote, destacando o caráter simbólico e catequético da representação.

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Após a procissão, a imagem de Cristo permanece exposta para visitação dos fiéis e, em seguida, é guardada sob o altar do Sagrado Coração de Jesus, dentro da própria capela. “Ela fica aqui o ano inteiro, sempre à vista do povo”, conclui.

A cerimônia, uma das mais tradicionais da Semana Santa em Belém, emociona pela simplicidade e profundidade, unindo tradição e fé em um dos momentos mais intensos do calendário litúrgico cristão.

Belém