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Poliomielite: entenda a mudança da aplicação da vacinação com a ‘gotinha’ para a injeção

A partir da próxima segunda-feira (17), a vacina oral poliomielite (VOP), também conhecida como “gotinha”, não será mais disponibilizada nas unidades básicas de saúde, conforme orientação do Ministério da Saúde

Gabriel Pires

A partir da próxima segunda-feira (17), a vacina oral poliomielite (VOP), também conhecida como “gotinha”, não será mais disponibilizada nas unidades básicas de saúde, conforme orientação do Ministério da Saúde. Com isso, a imunização contra a paralisia infantil passará a ser exclusivamente com a vacina inativada poliomielite (VIP) - administrado de forma injetável -, tanto para o iniciar esquema vacinal, quanto para a dose de reforço, como detalhado pela Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) nesta sexta-feira (14).

Na capital paraense, no entanto, as doses da VOP seguirão sendo administradas, como destaca a coordenadora do Programa de Imunizações da Sesma, Nazaré Athayde. Ela lembra que a campanha de vacinação contra a pólio encerrou nesta sexta-feira (14). “Em Belém, a vacina ficará na rotina até que o Ministério da Saúde nos encaminhe uma nota oficial retirando a vacina de circulação do Brasil. Recebemos a determinação hoje [sexta]. A campanha encerra, mas as vacinas continuam na rotina”, afirma Nazaré.

Atualmente, a vacinação é a única forma de prevenção da poliomielite. Devem ser vacinadas crianças menores de 5 anos de idade (até 4 anos, 11 meses e 29 dias), nas seguintes condições: crianças menores de 1 ano de idade deverão ser vacinadas conforme a situação vacinal encontrada para o esquema primário; crianças de 1 a 4 anos deverão ser vacinadas indiscriminadamente com a Vacina Oral Poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as três doses de Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico.

Eficácia

A VIP é o imunizante na versão inativa do vírus da pólio, enquanto a vacina oral contém o agente infeccioso atenuado, ou seja, “vivo”, porém enfraquecido. Nazaré Athayde, coordenadora do Programa de Imunizações da Sesma, destaca que a mudança da gotinha para a injeção garante ainda mais eficácia à vacina. “Eu concordo com a medida. A vacina inativada é uma vacina não reatogênica, que dá uma proteção infinitamente maior. É uma medida muito certa”, avalia.

Até o momento, de acordo com a Sesma, um total de 9.353 doses da vacina injetável já foram aplicadas. Já na vacinação oral foram 12.577 doses aplicadas. De acordo com Nazaré, a meta é imunizar mais de 70 mil crianças. “Conseguimos a eliminação da pólio. E com a vacina inativada, esperamos que a gente alcance os indicadores preconizados pelo Ministério da Saúde, mantendo a pólio eliminada do continente americano, no Brasil e aqui no estado do Pará. Convocamos a população para continuar se vacinando”, reforça.

No Brasil, o último caso de poliomielite ocorreu em 1989. E mesmo com o encerramento da campanha, Nazaré explica que a população ainda poderá contar com a aplicação dos imunizantes nas mais de 70 salas de vacinação da capital, visando aumentar a proteção do público-alvo que deve ser imunizado. Entre os pontos de imunização, a coordenadora da Sesma destaca para os postos de saúde. Para vacinar, é necessário apresentar a carteirinha de vacinação da criança. 

O que é a poliomielite?

A poliomielite, também conhecida como pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa grave causada por um vírus chamado poliovírus, que pode infectar crianças e adultos. O vírus pode afetar a medula espinhal e o tronco cerebral, levando à paralisia ou mesmo à morte. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.

Belém