Pesquisadoras paraenses são eleitas para a Academia Brasileira de Ciências
Patrícia Aranha da Paz e Taísa Sala Michella, da UFPA, estão entre os destaques da pesquisa nacional
Duas pesquisadoras da Universidade Federal do Pará (UFPA) tiveram seus trabalhos e trajetórias acadêmicas reconhecidas e foram incluídas na mais nova lista dos novos membros da Academia Brasileira de Ciências, instituição nacional de renome que divulga e fomenta a produção científica no Brasil desde 1916. As docentes e cientistas Simone Patrícia Aranha da Paz, pesquisadora do Instituto de Geociências, e Thaísa Sala Michela, do Instituto de Ciências Biológicas, ambos da UFPA, foram as únicas representantes do Pará na lista deste ano, ao lado de pesquisadores do Amazonas como expoentes da região Norte.
A lista foi divulgada nesta quinta-feira, 3, e destaca jovens pesquisadores de até 40 anos, com vasta produção científica. "É tão impactante que até agora eu ainda estou anestesiada. Para quem vive na academia, a ciência, a valorização do estudo, da dedicação, de acreditar em tudo que já fizeram historicamente e no que a gente ainda pode contribuir... para gente da academia é o pódio. Vem o treino, vem aquela entrega, são finais de semana trocados, não sair, faltar em aniversário de família, abrir mão de muitas outras coisas para focar nesse objetivo, que é uma meta pessoal. Uma meta pessoal significa que o produto do nosso estudo vai retornar para a sociedade. O nosso retorno é a atividade intelectual. É um pódio, uma conquista e motivação para continuar, fazendo isso que eu escolhi fazer, que é o que eu consigo fazer de melhor", disse entusiasmada a educadora e cientista Simone Patrícia da Paz.
PRODUÇÃO INTENSA
Para a pesquisadora, o contexto da atual pandemia do novo coronavírus, que forçou os cientistas a permanecer em casa por mais tempo para evitar a proliferação da doença, vai resultar num impulsionamento de trabalhos acadêmicos e novas pesquisas científicas futuras em breve, já que os profissionais puderam se dedicar aos estudos por período muito maior.
"A pandemia veio, abalou todo mundo num primeiro momento; depois, quando nós retornamos numa tentativa de fazer o mínimo, com toda a biossegurança, quem está fazendo pesquisa nunca parou. Todos os meus amigos de pesquisa pensam e falam a mesma coisa que eu: esse período de pandemia será o de maior produção de artigos científicos. Porque, quando nós estamos na normalidade, nós estamos fazendo muita coisa e muita coisa presencial, temos que estar em muitos lugares ao mesmo tempo. Como todo mundo teve que ficar em casa, em home office, o que a gente faz nesse tempo? Escreve", explicou a cientista.
"Na nossa vida normal a gente fica esperando um feriado, um final de semana, uma madrugada para escrever. Mas na pandemia a gente teve todo o tempo do mundo para escrever. Então a produção se intensificou nesse período. Esse vai ser um ano de grande produção científica, vai ser uma explosão de publicação científica, nunca trabalhamos tanto", defendeu.