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Pará tem meta de alfabetizar mais de 400 mil crianças em 4 anos, diz secretário de educação

A meta foi detalhada por Rossieli Soares, titular da Seduc, durante evento que discutiu estratégias educativas nesta segunda-feira (3), em Belém

Gabriel Pires

O Pará tem como meta alfabetizar pelo menos 400 mil crianças da rede pública de ensino na idade certa em até 4 anos, como destacou o secretário estadual de educação, Rossieli Soares, nesta segunda-feira (3), durante o evento "Aprendendo com a Amazônia: Estratégias inovadoras para transformar a educação na América Latina e Caribe", que segue em Belém até terça-feira (4). Reunindo ministros e autoridades de outros países amazônicos, o objetivo do encontro é discutir ações de desenvolvimento da educação na região.

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A programação contou com as falas de abertura de Ferdinando Regalia, gerente do Setor Social do BID; Edmilson Rodrigues, prefeito de Belém; e Hana Ghassan, vice-governadora do estado do Pará. O evento tem a participação de ministros da educação de doze países e especialistas que abordam estratégias de aprendizagem inovadoras inspiradas na região amazônica. No primeiro dia, o encontro seguiu com painéis referentes a temas como acesso aos serviços de educação em áreas remotas, educação de povos indígenas, intercultural e bilíngue, entre outros assuntos. 

"A juventude é nossa aliada para a transformação na educação. É uma geração que está sendo educada com a ambição de mudar e pensar as gerações anteriores. A educação ambiental é fator decisivo para o futuro da Amazônia e das nossas crianças. Entendemos que este é o caminho. Reafirmo, assim, o compromisso do Pará com a construção de uma nova história, apoiada na educação para construirmos o futuro que queremos para a humanidade", declarou a vice-governadora Hana Ghassan, durante discurso.

Edmilson Rodrigues, prefeito de Belém, destacou que, na capital paraense, a educação também é pensada de acordo com a realidade local, sobretudo para as regiões das ilhas, que possuem ainda mais necessidades. Nesse cenário amazônida, uma das estratégias para democratização do ensino, ainda segundo ele, é o acesso nas escolas escolas à beira do rio, em palafitas, entre outras ações. “As ilhas sempre foram invisíveis. Mas, agora, as escolas das ilhas passam a ser objetos de muita missão e prioridade”, reforça o gestor, ao pontuar, ainda, a importância de iniciativas para promover a continuidade dos estudantes nas escolas - a partir de investimentos.

Pecualiaridades

Rossieli Soares pontua que o encontro também foca nas peculiaridades e das necessidades da educação na Amazônia e pontua, ainda, uma das iniciativas pioneiras no país, que é a educação ambiental nas escolas. Ele considera que é muito importante receber a programação no Estado: “Nós somos pessoas que moramos na Amazônia. E a Amazônia está em pé, porque temos pessoas aqui. Então, não tem como falar de Amazônia em pé, sem cuidarmos de quem tá aqui e isso passa pela educação. E educação ambiental aqui é algo fundamental. Tem aulas sobre isso, inclusive, para valorizar os saberes”. 

“O encontro discute as necessidades da educação dentro da Amazônia. Por exemplo, com o lançamento da plataforma que vai falar sobre línguas [indígenas]. A forma de podermos aprender, guardar esse conhecimento e transmitir esse conhecimento é fundamental. Muitas línguas amazônicas, de povos indígenas, estão morrendo por falta de continuidade. Mas também nosso objetivo é que a gente construa uma carta em favor da Amazônia. A educação na Amazônia tem custos e desafios diferentes. E a gente precisa ter um olhar muito específicos”, relata o titular da Seduc.

Além disso, Rossieli pondera que esse é um momento de troca de experiência no que diz respeito às ações eficazes no âmbito educacional na Amazônia. Entre as iniciativas para potencializar a educação na região paraense, o titular da Seduc destaca algumas medidas, como a melhoria do transporte escolar em todo o Estado, além de infraestrutura nas escolas. “É um momento de trocas importantes, para que a gente possa aprender e, a partir dessas grandes estratégias, o que a gente defende em conjunto e o que nos une”, acrescenta Rossieli. 

"Uma vez por ano juntamos todos os ministros e é a primeira vez que fazemos no Brasil. a gente queria ter um destaque especial com a região da Amazônia. Nós temos uma parceria já de longa data com o estado do Pará e, para nós, foi uma escolha quase lógica fazer aqui em Belém. O Pará é um Estado em que as pessoas são realmente hospitaleiras, mas o que vemos aqui é a possibilidade de ter ministros de outros países junto a secretários, isso dá uma possibilidade de troca muito boa", diz Marcelo Pérez Alfaro, especialista em educação do BID.

Belém