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Pacientes com fissura labiopalatal contam com tratamento especializado na Santa Casa, em Belém

Com aproximadamente mil pacientes cadastrados, de recém-nascidos a idosos, o Serviço de Referência em Fissuras e Anomalias Craniofaciais da Santa Casa atua oferecendo atendimentos especializados a pacientes que nasceram com malformação craniofacial

Gabriel Pires

Com aproximadamente mil pacientes cadastrados, de recém-nascidos a idosos, o Serviço de Referência em Fissuras e Anomalias Craniofaciais (SFAC) da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP), em Belém, atua oferecendo atendimentos especializados a pacientes que nasceram com malformação craniofacial — condição também conhecida como lábio leporino ou fenda labiopalatina — levando, assim, qualidade de vida a essas pessoas. São pacientes oriundos da Região Metropolitana e do interior do Estado que podem contar com uma equipe multiprofissional para dar continuidade no tratamento.

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Complexidade

Não é somente a cirurgia que deve ser feita no caso de quem possui algum tipo de fissura, seja labial ou seja no céu da boca. O procedimento é apenas uma das etapas de um tratamento, que pode começar no início da vida e se estender até a adolescência.

"O ideal é que a gente receba o paciente assim que ele nasce, isso pode contribuir para que tenhamos os melhores resultados. Mas uma de nossas principais preocupações envolve a alimentação. Por vezes recebemos pacientes do interior que vêm de ambulância só para receber essa orientação. Hoje, o uso da sonda alimentar pode não ser necessária se a criança não tiver alguma comorbidade, se for apenas uma fissura isolada. Naquele primeiro contato a gente conversa bastante com a mãe, que vai passar com a fonoaudióloga para receber todas as orientações sobre alimentação, vai passar com a nossa psicóloga também para receber suporte", detalhou Deborah.

Quando a fissura é apenas labial, a alta pós-cirúrgica pode acontecer logo, mas o mesmo não é possível quando a fissura é lábio palatal - nesta segunda condição, a primeira das cirurgias só pode ser realizada a partir de um ano de vida da criança. O trabalho de fala é feito de forma gradual, respeitando o crescimento e o desenvolvimento do paciente. "Pacientes que têm a cavidade oral se comunicando com a cavidade nasal vão precisar de um longo trabalho para conseguir, posteriormente, ter uma qualidade vocal, uma qualidade de fala", frisou a fonoaudióloga. 

Melhorias 

No final do mês de outubro, a Fundação Santa Casa do Pará recebeu um novo espaço para conduzir o tratamento. Deborah Costa confirma que, com a abertura do novo espaço de reabilitação, o tratamento dos usuários teve ganhos em qualidade. "O paciente fissurado não vai chegar, operar e ir embora. Ele fica em acompanhamento, então com essa demanda crescendo a gente começou a observar que a nossa sala de espera, que era toda organizada, com brinquedoteca, começou a não comportar mais todo mundo. Os pacientes ficavam em pé, no corredor”, explicou.

“Hoje temos uma equipe que dá conta de atender essa demanda, e com um espaço físico mais adequado, com mais consultórios, temos também melhores equipamentos de exames audiológicos de primeira geração, um centro especializado odontológico, serviço de otorrino específico, bem como de pediatria", complementou Deborah.

A aposentada Maria do Socorro Dias Monteiro mora em Tomé Açu, no nordeste paraense, com o neto Felipe Walace, de 14 anos, e uma vez por mês eles vêm à capital para que o garoto faça acompanhamento na Santa Casa. "A gente vem desde que ele era criança, ele nasceu prematuro em Tomé Açu e aqui em Belém foi que descobriram a fissura no palato. Chegou a precisar de traqueostomia e sonda, mas hoje está bem, ele sempre passa por aqui pelo atendimento de fono, psicologia e odonto, e o hospital é uma maravilha. Ele tem vontade até de vir, porque ele gosta, o tratamento é muito bom", relatou Maria.

Serviço

O atendimento de referência da Santa Casa conta uma equipe multiprofissional que inclui médicos especialistas em cirurgia craniofacial, cirurgia plástica, otorrinolaringologia e pediatria, além de fonoaudiólogos, odontólogo, técnico em saúde bucal, nutricionista, psicólogo, assistente social, enfermeira, técnica de emergência e técnico administrativo. O atendimento ambulatorial é realizado de segunda a sexta, no turno da tarde.

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão do coordenador do Núcleo de Atualidades, João Thiago Dias)

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