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Obras na PA-404 param e usuários de ônibus estão prejudicados em Benfica e Murinim

Reclamações de moradores dos dois distritos de Benevides vêm sendo publicadas desde março. Nenhum reparo emergencial foi feito a partir do quilômetro 7

Victor Furtado

Desde março deste ano, a Redação Integrada de O Liberal vem denunciando as péssimas condições da rodovia estadual PA-404, que dá acesso a Benfica e Murinim, distritos de Benevides. A situação tem prejudicado usuários de ônibus, que desde o começo da última estação chuvosa, estão precisando se deslocar cada vez mais até conseguir transporte. O trecho final da pista está tão danificado que as empresas não querem mais levar os ônibus até lá.

A PA-404 só é razoavelmente trafegável até entre os quilômetros 6 e 7. Depois dali, a pista só piora até o final, no quilômetro 14. Antes, os ônibus que atendem as linhas de Benfica e Murinim chegavam até o final, na área do bairro Itaquara, onde há um residencial da Companhia de Habitação (Cohab). Desde abril, o final da linha foi afastado em dois quilômetros. E depois mais. Essas decisões das transportadoras eram amplamente divulgadas. Todas as mudanças têm sido cumpridas até agora.

"Fomos informados que as empresas de ônibus querem colocar o final da linha na praça, que fica na metade da PA. Atualmente, os usuários de ônibus estão andando até três quilômetros para chegar no final da linha, em condições precárias. É preciso meter o pé na lama ou pagar táxi e moto-táxi. Tem pessoas com deficiência, idosos, gestantes... Se o final da linha for para lá para a praça mesmo, algumas pessoas terão de se deslocar sete quilômetros", comenta o montador de móveis Samuel Silva. Ele acredita que como as decisões anteriores das rodoviárias, esta pode se cumprir também.

Samuel ressalta que os empresários de algumas indústrias, que ficam ao final da PA-404, até tentaram se mobilizar para fazer reparos por conta própria. Só que como um projeto havia sido anunciado pela Secretaria de Estado de Transportes (Setran), não deveriam interferir. Em abril, o órgão garantiu que faria reparos emergenciais com as obras de tapa-buracos.

Desde aquele momento, a professora Silvia Franco contestou. Ela disse que remendos, historicamente, são feitos na pista, mas em partes mais próximas da BR-316. Nunca nas áreas mais internas dos distritos, por onde a PA-404 ainda passa.

"Onde está crítico de verdade, a Setran não fez nenhuma obra. Por que não começou o trabalho justamente onde está mais crítico, como na entrada do bairro Itaquara ou perto da escola Padre Josimo Tavares? Nessas partes, a Setran nunca nunca veio. É onde precisamos com urgência", afirmou a professora.

Obras não chegam aos pontos críticos

As obras, de fato, começaram onde a professora falou: nos primeiros quilômetro, mais próximo da rodovia BR-316. Mas depois do quilômetro 7, não houve nenhuma intervenção. Curiosamente, tem chovido forte neste verão, tornando a PA-404 num enorme problema para os moradores de Benfica e Murinim novamente.

Só que a Setran informou, por nota, que o contrato com a empresa que estava executando o projeto de recuperação da PA-404 teve de ser rescindido. Não houve explicações sobre os motivos. Uma nova licitação será feita até o final do ano.

Questionada se nenhum reparo emergencial poderia ser feito para dar mais trafegabilidade à rodovia estadual, a Setran respondeu que: "...faz intervenções em pontos críticos da rodovia PA-404, para garantir a trafegabilidade da pista durante o período de contratação da nova empresa, para os serviços definitivos de construção da rodovia. Inclusive, a Setran mantém uma máquina e operários no local". Esses pontos críticos não foram especificados.

Samuel discorda completamente e afirma que todas as máquinas que estavam em Benfica e Murinim foram retiradas e não há mais operários. E os trechos críticos de verdade da rodovia, que ficam bem longe de onde os remendos no asfalto estavam sendo feitos, seguem sem qualquer intervenção. Os moradores seguem apreensivos sobre como ficará a mobilidade urbana e o direito de ir e vir se não houver soluções mais urgentes.

Belém