"Nuvem funil" causou vendaval que arrasou casas em três bairros de Belém
Grande fluxo de umidade combinado com calor causa rajadas de vento de até 120 km/h, diz a Semas
A equipe de Meteorologia da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) analisou os dados meteorológicos do Aeroporto Internacional de Belém, e constatou a ocorrência de chuva intensa no momento do vendaval, na noite da última terça-feira (26). Três bairros de Belém foram afetados pela ventania: Pratinha II, Tapanã e Cordeiro de Farias, com enormes prejuízos aos moradores.
As filmagens do ocorrido repercutiram em redes sociais e registram o que os moradores deduziram ser um redemoinho, mas após análise, foi concluído que o fenômeno se tratava de uma nuvem funil, que tem o formato de cone, moldada por ventos de 80 a 120 km/h, mas que não alcança o chão e nem possui a força de um tornado típico de escala F3 que geralmente possui ventos com velocidade de 300 km/h.
Coordenador de Meteorologia da Semas, Saulo Carvalho explicou que nesse período chuvoso na região, eventos desse tipo se tornam mais comuns. "O grande fluxo de umidade combinado com o calor durante o final da manhã e início da tarde, causam eventos e trovoadas de grande magnitude com rajadas de ventos que podem chegar até 120 km/h", afirmou.
O Núcleo de Hidrometeorologia da Semas informou, também, que o evento foi causado pela associação de uma nuvem chamada cumulonimbus, típica em períodos quentes geralmente ocorrendo durante a tarde, com a baixa pressão acentuada, o que teria ocasionado as rajadas de vento.