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Novas técnicas oferecem esperança a pacientes em tratamento de AVC

O acidente vascular cerebral (AVC) afeta 15 milhões de pessoas ao redor do mundo todos os anos

Lucas Quirino

Muitas pesquisas estão focando em formas inovadoras de ajudar pacientes no momento do acidente vascular cerebral (AVC), e em tratamentos para a recuperação das funções que possam ter sido prejudicadas. Quem explica isso é o neurologista Antônio de Matos, de Belém, que comenta que algumas novas técnicas podem oferecer boas alternativas para os pacientes.

”Isso inclui cirurgias que podem abrir uma artéria carótida estreitada no pescoço ou tratar um aneurisma, ou outra malformação vascular no cérebro antes que ele tenha a chance de se romper.” diz.

Popularmente conhecido como derrame, estima-se que uma em cada quatro pessoas com mais de 35 anos sofrerá um acidente vascular cerebral AVC em algum momento da vida, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde. Cerca de um terço dessas pessoas poderá vir a óbito e, pelo menos, metade delas ficará com alguma incapacidade permanente ou crônica em consequência da doença.

Procedimentos inovadores

Existem dois tipos principais de AVCs. O AVC isquêmico ocorre quando o fluxo sanguíneo em uma artéria cerebral é bloqueado, causando lesões na parte do cérebro afetada devido à falta de oxigênio e nutrientes. Por outro lado, o AVC hemorrágico ocorre quando há sangramento no cérebro devido ao rompimento de um vaso sanguíneo, como um aneurisma ou uma malformação arteriovenosa, afetando significativamente a função cerebral.

No AVC isquêmico, o tempo é crucial para evitar danos permanentes; quanto mais tempo a área do cérebro fica sem fluxo sanguíneo, maior o risco de lesão irreversível. Para tratar esse tipo de AVC, a neurocirurgia atualmente pode utilizar cateteres para aspirar o coágulo e restaurar o fluxo sanguíneo. “Certamente, a maior inovação na última década foi o desenvolvimento de cateteres especiais que permitem a remoção de coágulos do cérebro, responsáveis por causar AVCs. Essa tecnologia mudou significativamente o cenário do tratamento de AVCs”, afirma o neurologista.

Embora nem todos os AVCs possam ser tratados cirurgicamente, há também métodos menos invasivos que permitem acessar os vasos sanguíneos através da artéria femoral na virilha ou da artéria radial no punho. Esses métodos permitem alcançar o cérebro e remover coágulos de forma eficaz e com menos riscos.

De acordo com Antônio de Matos, para pacientes com AVC hemorrágico, também houve inovações nesta área, especialmente no tratamento de aneurismas. Muitas dessas técnicas também são minimamente invasivas, o que reduz a necessidade de cirurgias tradicionais, como a craniotomia. “Utilizamos endo cateteres para tratar aneurismas de maneira muito menos invasiva do que antes, frequentemente através da artéria radial no punho, com cateteres e extensões desenvolvidos especificamente para tratamentos neurovasculares”, afirma o especialista.

Lucas Quirino (Estagiário sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)

Belém