Neurologista destaca cuidados com batidas na cabeça para prevenir hemorragias
A especialista acrescenta ainda que traumas leves costumam não ter repercussão, porém é preciso ter atenção aos sinais de alarme
Após quase dois meses de um acidente doméstico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi submetido a uma cirurgia de emergência, na madrugada desta terça-feira (10), em São Paulo, para tratar de uma hemorragia cerebral. E para repercutir sobre o assunto, a reportagem conversou com a médica neurologista Sthephani Martins, que afirma que qualquer batida forte na cabeça, especialmente nas laterais, pode gerar uma hemorragia intracraniana. Essas ocorrências são mais frequentes em idosos.
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A médica explica que toda e qualquer batida na cabeça com forte impacto deve ser avaliada por um médico. O profissional avaliará a necessidade de um exame de imagem, como ressonância ou tomografia. "Muitas vezes o exame logo após a batida está normal, então sintomas que aparecem depois do trauma, como convulsão e dor de cabeça intensa, podem indicar hemorragia craniana e devem ser tratados com urgência", explica a médica.
A especialista acrescenta ainda que traumas leves costumam não ter repercussão, porém, é preciso ter atenção aos sinais de alarme, como sonolência excessiva, perda de consciência, convulsões e perda de força em algum membro. "Esses sinais indicam algo mais sério que deve ser investigado e tratado com urgência, como no caso do presidente", explica.
De acordo com informações repassadas por meio de uma coletiva de imprensa, realizada pelo corpo médico do Hospital Sírio Libanês, onde o presidente está internado, após a cirurgia o presidente não apresentou nenhum comprometimento no cérebro.
Lula foi ao hospital Sírio Libanês ainda em Brasília "para realizar exame de imagem após sentir dor de cabeça", segundo informou o primeiro boletim divulgado pelo Sírio, já na manhã desta terça-feira. "A ressonância magnética mostrou hemorragia intracraniana, decorrente do acidente domiciliar sofrido em 19/10."
A cirurgia durou em torno de duas horas para drenar o hematoma no cérebro. O procedimento, chamado trepanação, colocou um dreno na cabeça do presidente para retirar o sangramento, que estava localizado entre o cérebro e a meninge.
O hematoma permaneceu em decorrência de um acidente doméstico em outubro, quando Lula bateu a cabeça. Pelas informações divulgadas pela imprensa na época, o presidente havia se acidentado no banheiro, enquanto estava sentado num banco, cuidando dos últimos preparativos para uma viagem à Rússia. Ele teria caído para trás e batido a cabeça.