MENU

BUSCA

Aterro de Marituba: MP faz pedido para atendimento emergencial à saúde de moradores

A população do município que reside aos arredores do Aterro Sanitário também tem sofrido com os impactos ambientais causados pelo empreendimento; quatro empresas são citadas na decisão

O Liberal

A 1ª Vara Cível e Empresarial de Marituba, Região Metropolitana de Belém (RMB), divulgou, nesta quarta-feira (29), uma decisão na Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) que trata dos Aterros Sanitários da cidade. O documento faz referências a quatro empresas, entre elas, a Guamá Tratamento de Resíduos LTDA, e tem por objeto as irregularidades nas operações da Central de Processamento e Tratamento de Resíduos Sólidos (CPTR) do município. O foco é tanto nos impactos ambientais quanto na saúde de moradores da região.

A Promotoria alegou que, decorridos mais de cinco anos desde o deferimento das tutelas provisórias, ainda persistem em Marituba graves queixas relacionadas à saúde da população que reside nas proximidades do empreendimento. Conforme também demonstrado pelo MPPA à Justiça, os impactos à saúde gerados pelo Aterro de Marituba são manifestados através de sintomas, como falta de ar ou sufocamento, dores de cabeça, náuseas, alergias pelo corpo, acometendo adultos e crianças.

VEJA MAIS

Faxineira joga sem querer R$ 25 mil no lixo; dono monta ‘força-tarefa’ para recuperar valor
Com medo de ser assaltado à noite, o homem guardou o dinheiro na própria loja. No dia seguinte, foi procurar o valor e soube que a funcionária limpou o local e pôs os resíduos para a coleta

Fumaça na Grande Belém: Prefeitura diz que segue combatendo focos de incêndio no Aurá
Estão em uso no aterro sanitário do bairro dois veículos de hidrojatos, dois carros-pipa e uma escavadeira, afirma a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan)

Audiência debate soluções para aterro sanitário de Marituba
Prefeitura de Belém apresentou estudo de viabilidade técnica prevendo parceria com a iniciativa privada e implantação de um aterro bioenergético

Com isso, o MPPA apresentou relação de pessoas que foram atendidas em mutirão realizado pela Promotoria de Justiça, com o apoio do Centro de Apoio Operacional Técnico (CAOTEC), que afirmaram danos à saúde decorrentes do Aterro Sanitário e requereu tutela incidental para o atendimento médico dos declarantes.

Do mesmo modo, destinou às empresas, o dever de realizar o estudo de impactos à saúde da população de Marituba, deferido desde 2018, e o avanço do processo para a fase de instrução, visando investigar os danos ambientais provocados pelo empreendimento.

Decisão e prazos

Em decisão publicada no dia 29 de março, a Justiça proferiu deliberação com vistas a sanar as pendências do processo. No que tange à saúde, ficou determinado que as empresas requeridas viabilizem a avaliação e atendimento médico imediato, por meio da rede particular de saúde com a realização de consultas, exames e tratamento indicados ao caso pelo médico assistente, inclusive fornecimento de medicamentos, com início no prazo de 30 dias, sob pena de multa diária de R$ 50 mil, limitada a R$ 1 milhão.

TJPA promove audiência pública com prefeituras da Grande Belém sobre aterro sanitário de Marituba
Participam do encontro representantes das prefeituras de Belém, Ananindeua e Marituba, além de membros do MPPA, Semas e da empresa Guamá Tratamento de Resíduos

Laudo aponta contaminação em área próxima de aterro
Estudo do Instituto Evandro Chagas apontou altos níveis de agentes químicos, entre eles metais pesados, em um dos pontos coletados em córrego perto da área do Aterro Sanitário de Marituba. Empresa Guamá Tratamento de Resíduos afirma que parecer não é conclusivo e amostra não evidenciaria que a fonte seria a central de tratamento

Guamá confirma interesse em abrir aterro sanitário em Bujaru
Na última sexta-feira (5), moradores de Bujaru e Acará fizeram um ato contra a possível instalação do empreendimento que poderia estar em território de comunidades quilombolas e receberia resíduos da Grande Belém

Além disso, a Justiça intimou as partes para que, no prazo de 30 dias, apresentem indicação de instituições, empresas ou profissionais e seus respectivos orçamentos, para elaboração do “estudo de impactos à saúde” e do “projeto de investigação e reparação do passivo ambiental”, devendo apresentar provas de sua funcionalidade técnica para posterior nomeação para o encargo por parte do juízo.

Sobre a questão ambiental, ficou determinado a elaboração e execução de projeto para investigação e a recuperação de áreas degradadas, incluindo vegetação, solo e corpos hídricos, no prazo de 60 dias.

[[(standard.Article) MP ajuíza ação contra empresa responsável pelo Aterro Sanitário em Marituba ]]

Fim dos lixões ainda é grande desafio no Pará
Com o Novo Marco dos Resíduos Sólidos, a previsão é modernizar e tornar mais eficiente a forma que o país lida com os resíduos sólidos. Entretanto, descarte irregular ainda é recorrente

MPPA cobra Estado e prefeituras sobre alternativas para a destinação final de resíduos sólidos
Com recomendação conjunta para o Governo do Pará e para as prefeituras de Belém e Ananindeua, a instituição requer providências tendo em vista o prazo de vigência do Aterro Sanitário, que deve funcionar até 31 de agosto de 2023

Por fim, a Justiça agendou audiência de saneamento compartilhado para o dia 11/05/2023, às 10h, na sala de audiências da 2ª Vara Cível no Fórum de Marituba, em que devem ser definidas as demais questões pendentes, fixados os pontos controvertidos e determinada a realização de provas.

A Guamá Tratamento de Resíduos LTDA, empresa que opera o Aterro Sanitário de Marituba, afirmou, por meio de nota que "já foi notificada e está analisando a decisão da Justiça referente à ação do Ministério Público. Com transparência, ética e integridade, a Guamá reafirma seu empenho nos diálogos com a comunidade e no compromisso com saúde e o meio ambiente".

Belém