MENU

BUSCA

Movimentação em cemitérios públicos de Belém marca véspera de Dia de Finados

São Jorge a expectativa é receber mais de 23 mil pessoas, já no Santa Izabel a expectativa é de mais de 45 mil pessoas

Emanuele Correa

Segunda-feira (1) antecede o feriado de Dia de Finados e a movimentação nos principais cemitérios públicos de Belém já se percebia desde às 7h da manhã. A Prefeitura de Belém realizou limpeza e identificação dos espaços do cemitério São Jorge, na rua da Mata, na Marambaia, e do cemitério Santa Izabel, na avenida José Bonifácio, Guamá. Algumas pessoas - fugindo de aglomerações - já prestaram as suas homenagens desde a véspera. A expectativa é receber mais de 23 mil pessoas no cemitério São Jorge, já no Santa Izabel a expectativa é de mais de 45 mil pessoas.

Apesar do apoio da Guarda Municipal, que ao todo tem 168 agentes trabalhando nos dias 1 e 2, de Belém e  da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) desde o início do mês de setembro manter 500 agentes de limpeza atuando em cinco cemitérios públicos da capital, entre eles, os dois visitados pela equipe da redação integrada de O Liberal - que percebeu a presença significativa das equipes -, quem decidiu fazer a visita antecipada reclamou da sujeira nos cemitérios.

Leandro Branco conta que sempre se antecipa na visitação aos túmulos dos entes queridos no São Jorge e que encontrou o cemitério ainda sujo; reforça que deseja que seja feita uma melhor manutenção no espaço. "O cemitério tá todo sujo. Viemos sempre, porque tem que fazer a manutenção, mandar lavar, limpar, colocar flores. Mas tem muita sepultura abandonada. Seria bom ter mais segurança", disse.

A opinião também foi dividida pelas pessoas presentes no Santa Izabel, mas a zeladora Laíse Reis, que trabalha há 7 anos no cemitério, diz que com a atual gestão da prefeitura de Belém, a situação está melhorando, pois não está se fazendo um trabalho superficial como nos anos anteriores. "Com a prefeitura até melhorou, estão capinando, então, pra gente que trabalha aqui melhorou. Agora, assim, tá sujo, mas os próprios coveiros abrem a sepultura e jogam pro lado a terra... Vamos acreditar que vai melhorar nessa gestão. Vão fazer os uniformes, padronizar. Esse cemitério é muito antigo, tem que ser preservado", reforça.

Homenagens antecipadas a quem partiu

Pascoal Andrade acompanhou a esposa Luzia Andrade até o jazigo da família Rodrigues, no cemitério São Jorge, onde os sogros estão enterrados e contou que antecipou a visita ao cemitério, pois amanhã o casal faz a visita ao cemitério de Ananindeua e no interior, onde outros parentes estão enterrados. "Aqui estão os pais da minha esposa. Costumamos fazer essa visita no dia 1º, porque no dia 2, apesar de morarmos em Belém, temos pessoas queridas no cemitério de Ananindeua e no interior. Vamos sempre de manhã", explica.

Deuzirene Silva da Costa tem 64 anos e desde os 9 anos trabalha como zeladora, limpando e cuidando das sepulturas. Ela que tem um carinho especial pelo cemitério São Jorge diz que é sua casa, pois ela cresceu no espaço e foi deste trabalho que conseguiu criar e formar três filhos. "Vinha para cá com meus irmãos limpar, meu pai era vigilante. Não tinha água, a gente carregava de um igarapé. Hoje tem torneiras, tanques. Meu pai já faleceu. Ele era guarda de segurança aqui. Mas faleceu de Covid logo no começo da pandemia. As coisas mudaram bastante aqui. Meus filhos querem que eu me aposente, mas foi com esse dinheiro que eu tiro daqui que os criei. Tem professor, advogado, guarda portuário. Eu me criei aqui e não vou sair, porque quando morrer tenho já um jazigo da família e serei enterrada", comenta.

Jonathan Adria faz aniversário no dia de findos, por isso, antecipou a visitação ao túmulo da avó, que morreu em maio, vítima de covid. O jovem conta que Maria das Graças Ferreira Lopes era a pessoa que fazia a visitação aos túmulos dos parentes e que em sua homenagem, continuará a visitar o cemitério anualmente. "Amanhã, dia 2, é meu aniversário e não vai dar tempo de vir aqui, por isso antecipamos. E também pela questão da aglomeração, o Covid ainda não acabou. Ela foi uma pessoa muito importante para a gente, era muito fiel à fé dela, trabalhava na pastoral da pessoa idosa. Infelizmente Deus achou melhor levar ela. Esse ano está sendo diferente. Ela que fazia a visitação nos outros túmulos dos parentes. Com certeza, não no 'finados'. Mas viremos no aniversário dela, data de morte e finados. Nunca deixaremos de visitar. Nós temos sempre que rezar pelos nossos mortos", finalizou.

Belém