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Motociclistas fazem conversão errada em faixa de pedestres na avenida Augusto Montenegro, em Belém

As irregularidades são diárias e colocam em risco os pedestres; nessa área, há escola particular, academia, clínicas e outros estabelecimentos

Dilson Pimentel

Flagrantes feitos pela Redação Integrada de O Liberal, na manhã desta quarta-feira (16), mostram motociclistas fazendo conversão errada em uma faixa de pedestres da avenida Augusto Montenegro, entre as passagens Astronauta II e São Jorge, no sentido Icoaraci, no bairro do Parque Verde, em Belém. Isso numa área onde tem grande fluxo de pedestres e veículos e onde tem uma escola particular, academia, clínicas e outros estabelecimentos comerciais.

A Secretaria Municipal de Segurança, Ordem Pública e Mobilidade de Belém (Segbel) informa que tem intensificado a fiscalização nas vias da capital, com foco especial nos condutores que trafegam sobre as faixas exclusivas de pedestres. No que diz respeito a esse tipo de infração, em 2024, foram registrados 901 casos, enquanto que em 2025, até o momento, foram emitidas 97 autuações relacionadas à ocupação indevida das faixas de pedestres.

Conforme o artigo 206 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), esse tipo de conduta é classificado como infração gravíssima, sujeita à penalidade de 7 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e multa no valor de R$ 293,47.

Naquele trecho da avenida Augusto Montenegro trecho, há um semáforo. Só que, quando o sinal abre, e os pedestres começam a fazer a travessia, é o momento das irregularidades: condutores de motos passam pelo local. Pedestres e motos se misturam ao mesmo tempo. Em pouco tempo no local, a reportagem flagrou muitas irregularidades. A sensação é de que, a qualquer momento, pode ocorrer um acidente. Há carros particulares que também passam na faixa de pedestres. Mais: motos e automóveis também transitam na faixa exclusiva do BRT.

A empresária Emília Santos, 57, precisa passar diariamente por aquela faixa de pedestres para levar seu filho, de 14 anos, para a escola. Ela reclamou das dificuldades que enfrenta. “Todo dia, quando eu vou deixar meu filho na escola, eles (os condutores de motos) não obedecem a faixa. Eles passam, eles ficam em cima da faixa. O motoqueiro passa em cima da faixa. Ciclista também. Ninguém obedece nada aqui”, disse.

Emília também falou do perigo de ter acidentes a qualquer momento. “Eu tenho medo de deixar meu filho sozinho. Eu tenho que vir até aqui com ele porque eu não confio nele só. Os carros também passam pela faixa. Eles sobem as calçadas, fazem tudo isso. Tudo de manhã”, contou. A empresária defende que deveria ter um agente de trânsito no local. “Teria que botar uma pessoa da Semob (que agora se chama Secretaria Municipal de Segurança, Ordem Pública e Mobilidade de Belém - Segbel) aqui. Quando eles estão aqui, eles obedecem. Eles param nas faixas”, afirmou.

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"O problema aqui é a imprudência dos motoqueiros", diz aposentado

O aposentado Oscian Peixoto, 70 anos, também acompanha de perto essas irregularidades no trânsito. “O problema aqui é a imprudência dos motoqueiros”, disse. “O sinal está aberto para nós e eles passam em velocidade”, afirmou. O aposentado contou que o desrespeito no trânsito é diário. “Isso não só agora (pela manhã), que está na hora do pico. Quando fica mais tarde um pouquinho aí é que eles aproveitam mesmo, porque eles ficam passando quando o sinal está aberto pra nós. E, se eles baterem (nos pedestres), eles não estão nem aí”, contou.

Seu Oscian contou que atravessa a faixa de pedestres com medo de ser atingido por alguma moto. “Isso não é só eu. É todo mundo”, afirmou. Para melhorar, ele disse que os condutores deveriam respeitar o pedestre. “Ninguém respeita, rapaz. Eles são os primeiros a desrespeitar nós, os pedestres”, afirmou. Outro morador, que pediu para não ser identificado, contou que, quando tem agente de trânsito no BRT, os condutores de veículos não transitam pela faixa exclusiva dos ônibus. Porém, quando os agentes deixam o local, esse tipo de irregularidade volta a ocorrer.

“Agora, vocês não estão vendo carros passando pelo BRT porque, logo mais adiante, tem uma equipe da (antiga) Semob. Mas, assim que eles saírem de lá, essa irregularidade acontece”, disse. Durante o período em que a reportagem flagrou as irregularidades naquela faixa de pedestres, não havia, nesse trecho, nenhum agente de trânsito. 

 

 

 

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