Moradores se revoltam com fechamento de rua no bairro do Curió-Utinga, em Belém
Eles dizem que um condomínio colocou tapumes no local, que foi retirado pelos demais moradores
Eles dizem que um condomínio colocou tapumes no local, que foi retirado pelos demais moradores
Na madrugada desta segunda-feira (20), o acesso por dentro do Condomínio Jardim Itororó, no bairro Curió-Utinga, em Belém, foi fechado com tapumes. Revoltados, os moradores que sempre usaram esse caminho derrubaram os tapumes. Eles foram informados que o condomínio teria uma liminar judicial autorizando o fechamento daquele acesso.
Mas os moradores garantem que essa informação não procede. O vereador Rodrigo Moraes conversou com os moradores. Ele disse que há uma ação na Justiça movida pelo condomínio e que a prefeitura atua nessa questão, por meio da Secretaria de Urbanismo (Seurb). Mas garantiu aos moradores que o condomínio não pode fechar o acesso dos moradores.
O acesso foi fechado na rua K 4, mas também afetou os moradores das passagens Fé em Deus e Nova União. Aquele caminho dá acesso à estrada da Ceasa. A professora Priscila Magno, 46 anos, mora naquela área, no conjunto Paraíso Verde. Ela contou que os tapumes foram colocados às 4 horas da madrugada. “Acordamos no susto, com batidas, uma barulheira. Acordamos com eles (condomínio) colocando os tapumes e fechando a rua toda”, disse. “Começamos a indagar sobre o que estava acontecendo e não tivemos informação nenhuma. Os moradores se reuniram e derrubaram os tapumes”, contou. “Enquanto a gente estava derrubando, eles chamaram a polícia dizendo que a gente queria invadir as casas do condomínio, o que não é verdade”, afirmou Priscila.
A professora contou que esse é o único acesso que os moradores têm para entrar e sair daquela área. “Pela (avenida) João Paulo (II), o caminho é estreito, um metro de largura. Não passa direito nem pedestre”, contou.
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Depois da derrubada dos tapumes, os moradores começaram a buscar informações sobre a suposta existência de uma liminar. “Descobrimos que não tem essa liminar, o que ficamos sabemos por meio de um advogado do gabinete do vereador Rodrigo Moraes”, contou. “Esse condomínio sempre foi aberto e, do nada, chegaram e fecharam sem nos informar nada. Se tivesse liminar, não iam fazer isso na surdina”, completou. “No momento da derrubada, uma senhora passou mal, teve um princípio de AVC, e foi levada por aqui para atendimento. E, se tivesse fechado, como ia passar o carro?. A gente precisa realmente dessa via de acesso, que é o único acesso para a estrada da Ceasa. Muitos trabalham na Ceasa”, afirmou. Essa passagem já existe há mais de 30 anos.
O vereador Rodrigo Moraes explicou que há uma disputa judicial questionando se aquela área é um conjunto ou um loteamento. “Então, enquanto não tiver uma decisão judicial, não existe nenhuma medida jurídica que dê ao condomínio liberdade de fechar e isolar o bairro do Curió-Utinga”, disse.
“Então, o nosso mandato tem acompanhado a garantia de que as pessoas possam ir e vir, sem nenhum problema, e estamos acompanhando judicialmente, ou seja, é para manter a priori do jeito que está, com espaço livre para transitar carro e transitar pedestre”, afirmou. Ainda sobre esse assunto, ele afirmou que já enviou ofício à Prefeitura de Belém e à Secretaria Municipal de Urbanismo.
A reportagem não conseguiu contato com representantes do condomínio. E também entrou em contato com a Prefeitura de Belém e aguarda retorno.