Moradores relatam tentativa de salvar criança que morreu no incêndio
Muitos vizinhos tentaram entrar na casa para socorrer o menino de dois anos, mas as chamas se alastraram rapidamente
Moradores da vila de casas atingida pelo incêndio na noite desta sexta-feira, 01, estão inconsoláveis com a morte de Arthur Coelho, de dois anos e seis meses, vítima da tragédia. De acordo com os relatos, cheios de dor e emoção, muitos vizinhos tentaram salvar a criança, mas a intensidade das chamas não permitiu.
Maria Nonata é moradora da área há 40 anos. Sua residência ficava bem ao lado da casa do garoto e, assim como a dele, foi completamente destruída pelas chamas. Segundo conta, ela e seu esposo estavam jantando quando escutaram gritos de “fogo, fogo”. “Eu corri para ver se conseguia pegar alguma coisa, roupa, documento, mas não consegui pegar nada. Eles tentavam tirar a criança, mas não conseguiam. A criança gritava, todo mundo tentou, mas não deu", lembra, ainda emocionada.
Apesar da dor das perdas materiais, ela desabafa que a maior perda foi, sem dúvidas, a vida da criança. "Nós perdemos nossas coisas, mas estamos aqui. A gente levanta a cabeça e corre atrás para conseguir, mas ele... Ele não volta. O mais dolorido foi perder essa criança" lamenta.
Leia também:
- Pai de criança que morreu em incêndio no Canudos postou foto com filho horas antes do acidente
- Igreja do bairro do Canudos arrecada doações para famílias atingidas por incêndio
Alzira Pereira, de 57 anos, também relatou os momentos de dor que sucederam o início das chamas. Segundo ela, que mora ao lado do local do incêndio, mas não teve a casa atingida, "todos tentaram salvar o menino, mas não deu tempo".
"Quando eu vi o fogo, tentei entrar na casa dele. Fui por baixo, mas não deu para subir na casa, porque o fogo veio para cima de mim. Aí o Arthur se for, mas a gente vai ficar com as lembranças dele para sempre no coração" disse, ao recordar que outro vizinho também tentou salvar Arthur pela parte de cima da casa. “Ele subiu nas outras casas para retirar o menino por cima, mas também não deu conta”.
Segundo relatos, o pai dele, identificado como Paulo André, de 31 anos, foi ao Instituto Médico Legal (IML) na manhã deste sábado, 02, para fazer o reconhecimento e liberação do corpo.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA