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Moradores da Vila da Barca ainda sofrem por conta de incêndio

Eles denunciam que ainda não receberam auxílio aluguel da Prefeitura de Belém

Redação Integrada ORM

Moradores da Vila da Barca, no bairro do Telégrafo, convivem com duas tristes realidades. No mês passado, um incêndio destruiu 21 residências, nas quais moravam 26 famílias, totalizando 84 pessoas atingidas. E, na mesma comunidade, há um projeto habitacional inacabado há 10 anos. Desse projeto, há dezenas de casas que, depois de concluído seu acabamento e com a aprovação dos órgãos competentes, poderiam abrigar muitas famílias, inclusive algumas que perderam tudo naquele incêndio. Os moradores afirmaram, nesta segunda-feira (22), que, até agora, e por causa do incêndio, ainda não receberam o auxílio aluguel anunciado pela Prefeitura de Belém, totalizando R$ 2 mil. 

Eles também estão pedindo doações de material de construção para reconstruir as casas. Neste final de semana, uma faculdade particular de Belém doou areia, seixo, ferro e cimento. Mas os moradores disseram que precisam de mais material. As casas que fazem parte do projeto, e que estão inacabadas, não têm telhado e estão tomadas pelo lixo e mato. E pichadas. As paredes de algumas racharam. Há moradores que perderam tudo no incêndio que concordam em ir morar nessas unidades habitacionais. "No meu caso, era uma boa", disse o marítimo Nelson Viana de Barros. "Estou há dez anos esperando essa casa aí (a do projeto). Se ele me dessem casa lá, eu pegava. Nesse período de dez anos, eu batalhei e, graças a Deus, comprei outra. Não tem nem ano. Aí aconteceu isso aí (o incêndio) e perdi tudo", disse Nelson.

No local, no final da rua Coronel Luís Bentes, às margens da baía do Guajará, um placa informa sobre a construção de 78 unidades habitacionais e sua respectiva urbanização. Esse serviço compreende drenagem das águas pluviais, sistema de abastecimento de água, rede de esgoto, iluminação pública e pavimentação, para a "conclusão das habitações do empreendimento Vila da Barca - etapa II - fases I, II e III". Início da obra: 26 de setembro de 2016 e término em 26 de setembro de 2017", informa, ainda, a placa.

A preocupação dos moradores que perderam tudo no incêndio é que, com o passar do tempo, a situação deles caia no esquecimento. Tanto que, segundo eles, as doações de gêneros alimentícios, roupas, calçados e outros materiais - que, logo após o acidente, chegava em grande quantidade - diminuíram bastante. Essas doações e mais o material de construção podem ser entregues na Associação Comunitária da Vila da Barca, na rua Professor Nelson Ribeiro, 66, no Telégrafo. O incêndio começou na noite de 12 de setembro, sendo debelado na madrugada do dia seguinte.

Na Vila da Barca, considerado o maior bairro sobre palafitas da América Latina, deveria ter sido instalado um projeto habitacional com verbas federais que permanece inconcluso há mais de uma década, segundo o Ministério Público Federal. Em 2010, o MPF entrou com uma ação por irregularidades na Vila da Barca. E, em julho deste ano, a Justiça federal publicou sentença considerando improcedentes os pedidos. Mas o MPF informou ter um procedimento de acompanhamento dessa situação. O MPF também informou que continua cobrando das instituições públicas que essas obras sejam concluídas e que o dinheiro público não seja desperdiçado".

Outro lado - A Prefeitura de Belém, por meio da Fundação Papa João XXIII (Funpapa), informa que algumas famílias tiveram dificuldades de conseguir seus documentos para a composição dos processos e isso implicou no atraso do pagamento para alguns. A Funpapa esclarece que está procedendo com os encaminhamentos necessários para liberar o recurso o mais breve possível.

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