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Mobilidade urbana e sustentabilidade devem ser legados da COP 30 para Belém

Investimentos bilionários em infraestrutura e transporte prometem transformar a mobilidade na capital paraense. Pesquisadora em Engenharia Civil da UFPA destaca medidas adicionais para garantir a plena eficiência do projeto.

Gabriel da Mota

Belém está se preparando para sediar a COP 30, um dos maiores eventos climáticos do mundo, com obras estruturais e investimentos que prometem deixar um legado significativo para a cidade. Entre as intervenções mais aguardadas, destacam-se o BRT Metropolitano, novos corredores de transporte e a requalificação de vias históricas como as avenidas Visconde de Souza Franco (Doca) e Tamandaré. No entanto, a eficiência da integração entre diferentes modais (ciclovias, transporte coletivo e fluvial) depende de práticas sustentáveis, aponta a professora da Faculdade de Engenharia Civil da UFPA, Christiane Barbosa.

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As obras viárias também visam revitalizar áreas históricas da cidade. Projetos como o da Nova Doca e da Nova Tamandaré incluem ciclovias, áreas verdes e rede de saneamento, valorizando os rios que cortam Belém e conectando pontos turísticos estratégicos. “Essas intervenções trarão benefícios tanto para os moradores quanto para os visitantes, tornando a cidade mais acessível e agradável”, destaca o NGTM. Christiane ressalta, no entanto, que “esperar que obras isoladas enquadrem Belém como uma cidade sustentável é uma visão limitada. A sustentabilidade exige mudanças estruturais e um planejamento integrado”.

Apesar dos avanços, Christiane aponta para desafios de credibilidade junto à população. “As obras voltadas ao transporte de passageiros geram transtornos, e, somados à qualidade do serviço prestado, caem na descrença da população. Para mudar essa percepção, é fundamental oferecer um sistema de informação eficaz e melhorias na oferta do transporte público”, afirma. Ela também questiona o impacto real das obras: “As intervenções viárias atendem às reais necessidades da população? A criação de novas vias ou duplicações melhorará a fluidez ou apenas priorizará o veículo particular? Essas são reflexões importantes para garantir que os recursos sejam aplicados com eficiência”.

A conscientização ambiental é outro ponto abordado pela professora. Para ela, “a educação coletiva e a universalização de práticas sustentáveis ainda são um trabalho árduo, mas a COP 30 pode marcar o início desse processo. É preciso criar mecanismos que dificultem a circulação de veículos particulares, promovendo a migração para modos de transporte sustentáveis”.

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