Missa na sede do Grupo Liberal marca segundo domingo da Quaresma em Belém
Celebração reforçou a importância da preparação para a Páscoa e o significado da transfiguração de Jesus

A manhã deste domingo (16/3) foi envolta em oração na sede do Grupo Liberal, na avenida Rômulo Maiorana, no bairro do Marco, em Belém. Fiéis se reuniram para celebrar o segundo domingo da Quaresma, tempo de silêncio interior e renovação da fé. No altar, as palavras do padre Cláudio Pighin ecoaram como um chamado à reflexão: a jornada cristã é tecida de provações, mas também de esperança, e a transfiguração de Jesus no alto do monte é o prenúncio da glória que atravessa a cruz.
Durante a homilia, o sacerdote destacou que a transfiguração é um sinal da divindade de Cristo e um encorajamento aos discípulos para que não temessem as dificuldades do caminho. “A narração da transfiguração é a confirmação de que Jesus é verdadeiramente Deus. É um encorajamento aos discípulos a segui-lo, a não se deixar desanimar perante as dificuldades do discipulado”, afirmou. Ele lembrou que a glória de Jesus, manifestada naquele momento diante de Pedro, Tiago e João, não eliminava o sofrimento da cruz, mas o tornava parte do plano divino.
O padre Cláudio também abordou a dificuldade humana em aceitar o sofrimento como parte da fé.
“Talvez porque temos uma educação desde criança, na qual o que vale ou prevalece na vida é aquele que sempre vence ou se torna melhor que os outros”, refletiu.
Essa mentalidade, segundo ele, entra em conflito com a mensagem de Cristo, que revela sua glória no sacrifício e ensina que a verdadeira vitória nasce da entrega e do amor incondicional.
A experiência no monte Tabor foi também um convite à escuta atenta. Quando a nuvem desceu e envolveu os discípulos, uma voz se fez ouvir: “Este é meu Filho amado, escutai-o.” O sacerdote ressaltou que essa ordem divina ainda ecoa no presente e exige mais do que entendimento intelectual: “Requer, em última análise, que a nossa inteligência tenha que ser conjugada com a coragem, porque não é suficiente compreender o ensino, mas devemos colocá-lo em prática.”
Sacrifícios físicos e espirituais
Entre os fiéis, a servidora pública Rosa Christo Alves, de 54 anos, contou que vive intensamente esse período de preparação. Frequentadora assídua da missa, ela compartilhou sua visão sobre a Quaresma como tempo de renovação espiritual e compromisso com a fé. “É um momento muito importante pra mim porque é de preparação, o período mais importante para a Igreja, né? A vinda de Jesus pra cá foi pra nos salvar, então a gente tem que vivenciar toda essa etapa dessa preparação dos 40 dias”, afirmou.
Para ela, a vivência quaresmal também se traduz em pequenos sacrifícios que fortalecem a fé. Como forma de renúncia, decidiu abrir mão de um de seus maiores prazeres. “Eu adoro tomar açaí. Este ano, meu propósito é deixar de tomar açaí e oferecer esse sacrifício. Até porque eu estive em tratamento recentemente. Durante o meu tratamento, foi a época que me senti mais próxima ainda dessa parte de Jesus, do amor dele por nós”, acrescentou.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA