Mapeamento geológico encontra pontos com altos riscos de erosão nas ilhas de Belém
Atualmente, as análise estão concentradas na Ilha do Combu, região onde foram encontrados vários fatores de risco
A Defesa Civil Municipal está realizando um mapeamento inédito de áreas de risco geológico nas ilhas de Belém, iniciativa que será apresentada em um evento nacional promovido pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), programação virtual que segue até 24 de junho. Até o momento, quatro das 39 ilhas já foram visitadas pelos técnicos (Mosqueiro, Outeiro, Combu e Cotijuba), que entre os principais os problemas encontrados, destacam a erosão do solo, processo natural que vem sendo acelerado pela intervenção humana.
Segundo a presidente da Comissão de Defesa Civil, Christiane Ferreira, a CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais), órgão integrante do Serviço Geológico do Brasil, fez um levantamento parcial de Belém em duas outras oportunidades, visitando três ou quatro bairros, além dos distritos de Outeiro e Mosqueiro. Agora, o objetivo é que esse estudo seja mais completo. “Compete à Defesa Civil provocar o serviço geológico a fim de solicitar o mapeamento das áreas de risco. Então, nós oficiamos à superintendência regional a atualização desse levantamento, incluindo as ilhas. A nossa cidade tem essa particularidade, e essas ilhas nunca haviam sido levantadas”, explica.
Ainda de acordo com Christiane, além de ser uma boa prática reconhecida nacionalmente, o levantamento mostra a profissionalização da Defesa Civil, que passa a focar com mais intensidade não apenas em ações reparativas, mas também, na prevenção. “Nós não podemos apenas esperar que caia um estabelecimento comercial para que atuemos”, destaca a presidente, que reforça que o levantamento na região insular e continental de Belém deve ser concluído até o final do ano.
Atualmente, as análise estão concentradas na Ilha do Combu, e mais algumas visitas devem ser feitas à ilha para a elaboração do relatório. “Quando a Defesa Civil vai fazer a visita no Combu acompanhando a CPRM, nós não olhamos apenas a questão geológica, mas também, outras problemáticas. Por exemplo: a velocidade das embarcações impacta o processo erosivo, e o fluxo aumentou muito no Combu. Essas embarcações, algumas vezes, transitam de forma irresponsável. Já tivemos conversas com a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém - Semob e vamos conversar com a Capitania dos Portos, para traçar uma política de sinalização, por exemplo”, diz a presidente, que alerta: “Foi constatado algumas áreas onde existe um risco alto de erosão no Combu”.
Além da erosão, ela destaca que o estudo também serve para mapear zonas de alagamentos e inundações, em um serviço de prevenção que irá servir de complementação ao que vem sendo feito pela Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan). “Isso vai proporcionar ao município um olhar mais amplo para uma política estruturante. Hoje, trabalhamos a limpeza, a drenagem, a dragagem pela Sesan, que propiciou à Defesa Civil poder fazer esse trabalho preventivo. É uma cadeia. Se uma secretaria faz seu papel, isso impacta de forma positiva no trabalho da outra para benefício da sociedade”, encerra Christiane Ferreira.