João Alfredo não vai ficar como está, garante presidente da Fumbel
Fundação está fazendo um levantamento completo dos prédios históricos e projetos pendentes, além das condições do equipamento cultural da capital
A rua Conselheiro João Alfredo, uma das mais históricas e características da capital paraense, deve voltar a ser como era. A previsão é de Michel Pinho, historiador e atual presidente da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel). O serviço, iniciado na gestão anterior, está sendo reavaliado e teve um estudo prévio, que apresentava a possibilidade de reversibilidade. Há ainda um estudo completo sendo feito com todos os prédios públicos históricos da cidade, que deve ficar pronto no segundo semestre.
A poucos dias do final da gestão de Zenaldo Coutinho (PSDB), a obra do pavimento de concreto sobre o estilo original da João Alfredo chamou a atenção de trabalhadores da área e historiadores, como o próprio atual presidente da Fumbel. "A obra foi feita pela Sesan (Secretaria Municipal de Saneamento) em conjunto com outros órgãos e acompanhada pelo DPH (Departamento de Patrimônio Histórico). Um estudo foi feito e que apresenta a reversibilidade e possibilidade de voltar ao traçado original, o que me alegra. Como está, não vai ficar", adiantou.
No final de 2018, a antiga gestão tapou completamente o acesso à Estação Gumercindo Rodriguez, um museu que fica num casarão histórico, dedicado ao clássico modelo de transporte de Belém, o bondinho. A justificativa era de preservar o local do vandalismo e que a prefeitura faria um restauro. Mas, à época, não deu detalhes.
Pinho observa que a situação da estação do bondinho e o museu que lá existe estão nesse levantamento dos prédios históricos e equipamentos públicos. Porém, já afirma que há registros documentais de que a situação de alguns desses locais estão com sinais graves de abandono. E algumas obras de restauro não contemplam o que deveriam. Uma delas, cita, é o Museu de Arte de Belém (MAB), que funciona no palácio Antônio Lemos.
"Foi uma reforma apenas na parte elétrica e que não contempla a parte hidráulica e museológica, por exemplo. Essas são algumas das prioridades. Mas a mais urgente, que é algo que me preocupa, é o esvaziamento do equipamento municipal de cultura. Poucos servidores, poucos recursos... via de regra, está ruim devido aos prejuízos acumulados nos últimos 16 anos", concluiu Pinho.