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'Imagem do avião caindo não sai da cabeça', diz diretor da Voepass sobre avião em Vinhedo

Representantes da empresa falaram pela primeira vez com a imprensa, após morte de 61 pessoas

O Liberal

Na noite desta sexta-feira (9.8), representantes da companhia aérea Voepass falaram pela primeira vez com jornalistas após a queda da aeronove ATR-72 em Vinhedo (SP), que matou 61 pessoas.

O voo 2283 saiu de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP). Questionado se já haviam hipóteses sobre as causas do acidente com base nas imagens do avião caindo, o diretor de operações, Marcel Moura, respondeu que "não para de pensar no que aconteceu."

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"A imagem da aeronave não sai da minha cabeça e é uma imagem de dor para todo mundo. Mas, só com ela, não é possível determinar o que aconteceu", disse. 

Eduardo Busch, CEO da companhia, reforçou que não há "qualquer explicação oficial sobre as causas" e que qualquer informação veiculada não passa de "especulação e hipótese". Ele também disse que a empresa está colaborando com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão ligado à Força Aérea Brasileira. 

Os investigadores já estão em posse dos gravadores de voz da cabine do avião e de dados instalados na caixa preta. "Estamos lado a lado com a Cenipa, participando ativamente da investigação. Ainda é precoce qualquer tipo de ideia sobre o evento."

Questionado sobre a influência do gelo no acidente, Marcel Moura afirmou que "nenhuma hipótese pode ser descartada". "A imagem da aeronave não sai da minha cabeça e é uma imagem de dor para todo mundo. Mas, só com ela, não é possível determinar o que aconteceu", disse. 

"Porém, é importante afirmar que a aeronave passou pela manutenção de rotina na noite anterior e saiu sem problema técnico que comprometesse o voo. Também havia conhecimento sobre a frente fria e o avião estava na faixa aceitável de temperatura", pontuou. 

Os representantes da Voepass também disseram que estão "impactados e consternados" com o acidente e que o foco agora é o apoio às famílias. "Já acionamos a cobertura de seguro, para já liberar alguns valores, e também estamos prestando apoio psicológico às famílias. A prioridade agora é cuidar de todo mundo", afirmou Eduardo.

Questionados sobre o cancelamento de dois voos, após a recusa da tripulação em voar, Marcel Moura afirmou que todos os funcionários "tiveram a liberdade de voar ou não" nos próximos voos, mas que as as operações continuam "normalmente". 

"Sobre tripulação ter recusado voar, acreditamos em abalo psicológico. Não existiu alerta de risco. As operações estão normais, não houve perdas de passageiros. A situação econômica da companhia é boa, estamos em um momento bom e de expansão. Não há comprometimento nenhum das áreas de treinamento e manutenção", garantiu. 

Queda em área residencial

O acidente com o voo de matrícula PTB 2283, que pertencia à Voepass Linhas Aéreas (antiga Passaredo), aconteceu em uma área residencial, próximo a rodovia Miguel Melhado de Campos (SP-324)

Segundo a Polícia Militar, a aeronave não atingiu nenhuma residência. É o acidente aéreo com o maior número de vítimas em solo brasileiro desde 17 de julho de 2007, quando uma tragédia com aeronave da TAM deixou 199 mortos.

Belém