Hangar recebe 1ª edição do Festival da Inclusão, com mais de 3,5 mil pessoas
Segundo a organização, o evento busca dar visibilidade às habilidades e talentos das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Pessoas com Deficiência (PcDs).
Com direito à música, arte, culinária e empreendedorismo, a primeira edição do Festival da Inclusão, realizada nos dias 4 e 5 de maio, contou com uma programação especial que reuniu mais de 50 empreendedores locais de diferentes segmentos, atrações culturais e serviços gratuitos de cidadania no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém.
O evento foi promovido pela Coordenação de Políticas Públicas sobre o Autismo da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), e teve como objetivo dar visibilidade às habilidades e talentos das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Pessoas com Deficiência (PcDs), com foco na inclusão social e no respeito à diversidade. A iniciativa visou ainda estimular a geração de renda e a economia criativa.
De acordo com a organização do evento, cerca de 3.500 pessoas participaram do festival, com a presença de mais de 20 caravanas que vieram de todas as regiões do Pará. A coordenadora de Políticas Públicas sobre o Autismo, Nayara Barbalho, conta como surgiu a ideia do projeto.
“A gente tem uma política pública implementada no governo do estado que ainda é setorial, então são muitos projetos pontuais. Neste evento nós juntamos todos estes projetos: a feira do empreendedorismo inclusivo; as apresentações culturais; as palestras; a capacitação; e o cadastro de documentos. Tudo junto e misturado nesses dois dias já estão deixando saudade”, destaca.
Ainda segundo a coordenadora, a iniciativa é fundamental para garantir o acesso à cidadania e aos direitos fundamentais.
“O saldo é muito positivo, porque nós precisamos dar visibilidade às habilidades dessas pessoas e para as necessidades dessas famílias. Esses eventos trazem visibilidade, e visibilidade é inclusão. Nós precisamos ter mais iniciativas como essa, precisamos abrir as portas do esporte, da cultura, do lazer e do empreendedorismo para inserir as Pessoas com Deficiência”, afirma Nayara.
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Artesanato que transforma
Além da programação cultural, o público que visitou o local pôde conferir diferentes produtos confeccionados por associações, pessoas físicas e Organizações Não-Governamentais (ONGs).
Dentre os itens disponíveis, produtos artesanais, bolos, chocolates, biscoitos, geleias, adesivos, cadernos, blocos de anotações, copos, chaveiros, bótons, lápis, canetas, máscaras, cordões, camisas e materiais pedagógicos adaptados, além de nécessaires, porta-moedas, estojos, laços, materiais e brinquedos educativos sensoriais.
A artesã Valbenice Pamplona, 43 anos, foi uma das expositoras do evento. Ela conta que o trabalho na produção de itens de identificação e material pedagógico adaptado veio logo em seguida do diagnóstico do filho Vinicius, de 12 anos. De lá para cá, segundo ela, o trabalho se tornou uma missão.
“Tudo começou quando nós descobrimos o autismo na nossa vida, ao descobrir o autismo do meu filho com 1 ano e nove meses. Então, nós fomos atrás da fala e assim descobrimos esse mundo azul. Todos esses materiais que eu trabalhei com o Vinicius e hoje em dia eu produzo para ajudar outras mães”, cita.
Valbenice conta que o item mais procurado no estande foi o cordão de identificação. A empreendedora cita, ainda, a importância do evento para ampliar a rede de apoio à causa das pessoas com TEA.
“Estarmos aqui é importante para divulgar o nosso trabalho, porque atrai uma renda a mais e ainda consigo ajudar outras pessoas através do meu trabalho, além de falar sobre a nossa bandeira e sobre a nossa luta”, completa.
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