Flurona: saiba como funciona a coinfecção de gripe e covid-19
É muito difícil separar as duas doenças pelos sintomas, já que são bem parecidos. Logo, é importante lidar com cautela com ambas as doenças e fazer isolamento para recuperação.
A pandemia de covid-19 e a epidemia de Influenza — que trouxe uma nova variante, que ficou popularmente conhecida como gripe H3N2 — têm preocupado a população e autoridades de saúde devido às complicações que as doenças podem desenvolver nas pessoas, tanto em casos de infecção quanto de reinfecção. Infectologistas e pesquisadores ainda buscam respostas para entender de que forma a infecção pelos dois vírus, ao mesmo tempo, ocorre. E como se dá a possibilidade de uma coinfecção, que ficou conhecida como "flurona".
Segundo Helena Brígido, infectologista e membro da Diretoria da Sociedade Paraense de Infectologia, uma pessoa pode sim ser infectada com as duas doenças ao mesmo tempo. Não é tão comum e a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) ainda não identificou casos de dupla infecção e coinfecção. Ela explica algumas das principais dúvidas da população sobre o tema.
O que é flurona de fato e como ocorre a contaminação?
“O vírus da covid-19 (SARS-CoV2) e o da gripe (Influenza), dão o nome da ‘flurona’: flu (de influenza) + rona (de corona), podem infectar ao mesmo tempo uma pessoa, devido à mesma forma de transmissão por gotículas de espirros, fala e tosse em um mesmo ambiente”, diz Helena Brígido.
Quais os sintomas da flurona e como saber se estou com a coinfecção?
A infectologista destaca ainda o fato de que ambos os vírus têm o quadro clínico muito parecido: febre, tosse seca, dor no corpo, dor de cabeça, nariz entupido, coriza. “Nos casos graves, pode ocorrer desconforto respiratório, dificuldade de respirar, principalmente na covid. Geralmente na gripe a febre é mais alta e o cansaço físico é mais frequente. Os locais acometidos geralmente estão relacionados aos órgãos do sistema respiratório. Algumas vezes, podem afetar o sistema digestivo, causando dor abdominal, náuseas, diarreia”, ressalta.
A flurona torna as coisas mais graves ainda que apenas a covid e a gripe H3N2 separadamente?
Mesmo com a possibilidade da coinfecção, a especialista ressalta que ter os dois vírus no organismo não significa o agravamento do quadro clínico do paciente. “Não necessariamente ter as duas infecções significa quadro grave, pois os sinais e sintomas respiratórios são muito semelhantes. E o organismo vai produzir anticorpos contra os dois vírus”, destaca Helena Brígido.
Há como identificar a flurona por algum teste?
Cada doença tem um teste específico. Ainda não há um teste que detecta quando a pessoa está com os dois vírus. Após ter o teste positivo para uma das duas doenças, é importante manter os cuidados para o não agravamento da doença. Geralmente a população não costuma buscar atendimento para casos de gripe e nem fazer isolamento, o que dificulta a notificação e tratamento adequado.
Como tratar a flurona?
“As duas doenças podem evoluir para Síndrome da Angústia Respiratória Aguda com necessidade de internação e possibilidade de óbito. Vacinar contra as duas doenças diminui a possibilidade de quadros clínicos mais graves. Então é necessário manter os cuidados. É importante fazer repouso, boa alimentação, ingerir mais líquidos, tomar medicamentos para os sintomas, usar máscaras, higienizar as mãos com frequência e evitar aglomerações para não adquirir mais vírus e também não transmitir”, conclui a membro da Diretoria da Sociedade Paraense de Infectologia, a infectologista Helena Brígido.
(Bruna Ribeiro, estagiária, sob supervisão de Victor Furtado, coordenador do Núcleo de Atualidades)
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