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Em Belém, Semana do Japão reforça os laços com a cultura nipônica

A 33ª Semana do Japão em Belém, que termina neste sábado (17), reúne a comunidade nipônica espalhada pelo Pará e simpatizantes dos costumes; culinária, esportes e entretenimento fazem parte dos pontos que aproximam os povos

Camila Azevedo

Chega ao fim neste sábado (17) a 33ª Semana do Japão em Belém, evento que reúne a maioria das comunidades nipônicas do estado do Pará. A cultura japonesa está fortemente enraizada de diversas formas no dia a dia, seja por meio da diversidade culinária que tanto atrai gostos, seja através de animes, mangás e músicas. 

A Vice-Cônsul do Consulado do Japão em Belém, Keiko Kikuchi, comentou durante entrevista concedida ao jornal O Liberal sobre os pontos mais importantes da proximidade entre as culturas e as principais influências que são vistas atualmente. 

→ Como se deu a vinda da comunidade japonesa para o Pará?

Em 1929, chegou no estado a primeira leva de japoneses, com 189 pessoas. Esse grupo se instalou em Tomé-Açu e enfrentou diversas dificuldades, inclusive, a malária. Mas, atualmente, esse município é referência no sistema agroflorestal e tem grande visibilidade no mundo, graças à força e perseverança da população de Tomé-Açu. 

→ O que a semana do Japão em Belém representa?

Este ano, estamos realizando a 33ª Semana do Japão em Belém, que é o maior evento paraense em que apresenta um pouco da cultura japonesa e é quando a comunidade nipo-brasileira espalhada pelo Pará e simpatizantes da cultura se reúnem na Associação Pan Amazônica Nipo-Brasileira, colaborando na preservação desta cultura milenar. Hoje, devido a sua história, já faz parte do calendário paraense. 

→ Qual a importância dessa proximidade entre as culturas?

O intercâmbio cultural é muito importante. Acho que conhecer a cultura é conhecer o pensamento do povo e a história do país. Acredito que essa miscigenação das culturas nipônica e brasileira só tenha trazido bons resultados, tanto para a sociedade como um todo, como na economia, pois o intercâmbio cultural só tem a ganhar. 

→ O que há de mais relevante nessa histórica troca cultural?

Na formação da história de toda cultura, creio que, o protagonista é sempre o povo, então, dependendo, a história é a relação da própria população. O Pará sempre acolheu de braços abertos os japoneses e os nipo-brasileiros têm retribuído para o desenvolvimento do estado praticamente em quase todos os setores. A troca das culturas tem sido de grande importância ao desenvolvimento do Pará.

→ Quais as principais influências do povo japonês no Pará?

Uma das grandes contribuições foi a introdução de verduras e frutas nas mesas dos paraenses. Pois, ainda nos primórdios, os japoneses sentiram falta dos mesmos e começaram a produzir. Posteriormente, venderam para o seu sustento. Atualmente, podemos comprar várias verduras de origem japonesa no supermercado, por exemplo, nabo, pepino japonês e shitake. Os jovens brasileiros gostam muito de mangá e anime. Acho que muitas pessoas têm vontade de visitar o Japão para conhecer a terra do anime e do mangá. 

→ Por meio de quais aspectos do dia a dia nós podemos reconhecer a presença da comunidade japonesa na cidade?

Creio que a mais marcante é a existência de restaurantes japoneses. Hoje, os japoneses e brasileiros estão tão integrados que vemos muitos chefes brasileiros na cozinha japonesa. Também verificamos esse aspecto no esporte. Ademais, as palavras "tempurá", “sushi”, “sashimi”, “judô”, “karatê”, “kimono” e muitas mais já fazem parte do vocabulário do dia a dia.

Belém