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Estudantes paraenses realizam ato contra corte orçamentário feito pelo governo federal

A atividade fez parte da programação alusiva ao Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Ciência

Laís Santana

Um ato organizado por estudantes de universidades públicas do Pará foi realizado na tarde desta terça-feira (26), na Praça do Operário, em Belém, e no prédio da Reitoria da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em Santarém. A manifestação foi alusiva ao Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Ciência, celebrado na mesma data em todo o país. Além da programação presencial, foram realizados um tuitaço e um ato virtual como parte da programação nacional do evento, que chamou atenção para os recentes cortes orçamentários realizados pelo governo federal. 

Com o tema “Quanto vale a Ciência?”, a mobilização foi convocada pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), em conjunto com as entidades da Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP-Br), em reação aos novos cortes feitos pelo governo federal nas verbas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

A manifestação foi organizada após o governo federal redirecionar R$ 690 milhões previstos no Projeto de Lei do Congresso Nacional, nº 16. O valor viabilizaria projetos do CNPq, além do pagamento das bolsas PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) e RP (Residência Pedagógica) que estão em atraso.

“Desde o final de setembro a gente vem observando esse atraso nas bolsas PIBID e de residência dos discentes. Anteriormente, a nota que foi divulgada pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) informava que logo seriam pagas essas bolsas. Só que isso era uma falácia, a previsão não tinha nem pé nem cabeça. O que a gente sabe até agora é que existe um Projeto de Lei que precisa ser aprovado para que essa bolsas sejam liberadas.  Isso é mais um dos muitos gatilhos que desde antes da pandemia o governo federal vem colocando como prioridade para o desmonte da educação”, explica Hanna Vilas, coordenadora geral do Diretório Central dos Estudantes, da Universidade Federal do Pará (UFPA).

A estudante de Enfermagem revela que os cortes em bolsas e projetos afetam a comunidade acadêmica como um todo. “Nós todos aqui somos estudantes da universidade, pessoas atingidas direta ou indiretamente por esses cortes. Hoje os índices de evasão das universidades é altíssimo porque os estudantes não estão tendo acesso ao mínimo, diante de tantos cortes ficou difícil de manter muitas bolsas, então  muita gente teve que voltar para suas cidades, voltar para suas vidas no sentido de ter de sobreviver, abandonando seus sonhos e carreiras pra ter o mínimo de dignidade”, pontua. 

Hanna Vilas destaca ainda que o ato público foi pensado para estabelecer diálogo com a população. “A gente entende que esse momento é um momento de conversa e de se criar o pensamento critico na cabeça da pessoa que não tem acesso a essas informações”, ressalta. 

Belém