Estudantes fazem ato em faculdade após professor ofender aluna falando sobre estupro
Manifestação cobra providências da instituição por comportamento de um professor que também é da Uepa e da UFPA
Estudantes e movimentos sociais realizaram um ato, na tarde desta sexta-feira (26), em frente à faculdade Unifamaz, em Belém. A manifestação cobrou providências da instituição, após repercussão de um vídeo onde o professor Marcus Vinícius, durante uma aula para uma turma de Medicina, questiona uma aluna se ela gostaria de usar lubrificante quando fosse "estuprada" ou se preferia "no seco". O assédio ocorreu durante uma aula prática onde os alunos estavam aprendendo a técnica de intubação. Ao invés de explicar o procedimento correto, o docente falou de forma ofensiva.
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Para os alunos e colegas de turma da aula vítima de assédio, o caso não pode ficar impune. Eles relatam não ser a primeira vez que o caso envolvendo o mesmo professor é registrado na instituição e há relatos de situações parecidas em outras universidades onde o docente leciona. "É um professor que desrespeita os alunos, machista, homofóbico, que se acha superior porque é médico, tem carta na manga por conta da instituição não puni-lo, então é um professor que não tem medo de cometer esse tipo de ato”, afirmou Lucas Oliveira, um dos estudantes que presenciou o caso.
“Esperamos que ele seja demitido e as medidas cabíveis sejam tomadas a nível profissional. Nem imaginamos continuar o curso tendo ele como professor. Daqui para frente queremos apoiar nossa colega de turma para que ela se sinta abraçada, sinta que ela não está sozinha, que é o mais difícil para mulher em um cenário como esse”, pontuou Letícia Menezes, aluna da mesma turma que a vítima.
Na avaliação da estudante Iara da Silva, a comoção em relação ao ocorrido é necessária para que ocorram mudanças nas estruturas hierárquicas. “Muitas coisas iriam ser botadas para debaixo do tapete e não é isso que muda as estruturas. As estruturas mudam a partir de discussão, de debates. Se essas atitudes se manterem a hierarquia aluno e professor vai só prejudicar o avanço da nossa sociedade”, destaca.
Movimentos sociais ligados a causa feminista também estiveram presentes na manifestação. Para Fernanda Cabral, integrante do Coletivo Juntas, a luta feminista precisa estar presente em todos os espaços. “Quando isso acontece dentro de uma instituição de educação é um momento que a gente necessariamente precisa se fazer presente para apoiar não só as vítimas, mas para cobrar respostas da instituição. Acreditamos na importância do movimento feminista estar presente na luta pela vida das mulheres.”
Assista à cena de ofensa em uma faculdade de Belém:
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