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Especialistas alertam que "trend do corte seco" compromete o aprendizado das crianças 

A pedagoga Maria Eduarda do Nascimento Pinheiro diz que a trend vem ganhando espaço

Bruna Lima e Camila Guimarães
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Os programas de televisão, os aplicativos e as redes sociais de um modo geral acabam influenciando no modo de vida das pessoas, principalmente, na vida das crianças. Recentemente foi criada a "trend do corte seco", que é uma comunicação realizada entre as crianças com sílabas cortadas. Elas não pronunciam a palavra por inteiro e essa mania vem preocupando os professores e responsáveis.

A pedagoga Maria Eduarda do Nascimento Pinheiro diz que a trend vem ganhando espaço e que ela percebe os alunos executando a fala de forma incorreta, com palavras pela metade. "O que a gente percebe é que algumas crianças fazem isso por uma questão de reprodução da trend e outras fazem por dificuldade na comunicação", explica a profissional.

Maria Eduardo diz que esse tipo de comportamento das crianças compromete o desenvolvimento intelectual. E a primeira orientação que a educadora dá é que os responsáveis fiquem atentos a esse tipo de comportamento e procurem corrigir os filhos ao perceberem que eles não estão falando de forma incorreta.

"Muitos pais ou responsáveis podem achar uma atitude bonitinha e fofa, mas é importante que fiquem atentos e corrijam os filhos, pois essa fala errada compromete o aprendizado", destaca a profissional.

Outra orientação é que os pais ou responsáveis procuerem por profissionais especializados. "Muitos pais procuram por essa orientação quando os filhos já estão grandes. Isso acaba prejudicando", acrescenta a educadora.

A fonoaudióloga Clínica e Educacional, Christiane Menezes, explica que a influência das telas na comunicação já é algo bastante abordado e discutido pelos fonoaudiólogos que atuam na área da linguagem e da aprendizagem.

"Essa influência reduz as oportunidades de uma exposição à linguagem que é esperada aos diversos contextos de comunicação, o que pode afetar o desenvolvimento da fala, e induz a um padrão linguístico incorreto, comprometendo significativamente a comunicação, podendo causar atraso cognitivo, transtornos fonológicos e, inclusive, dificuldades e transtornos específicos de aprendizagem", explica a fonoaudióloga.

Ainda sobre a influência das telas, a profissional acrescenta que além de reduzir a interação verbal com outras pessoas, o que pode impactar o desenvolvimento da fala e da linguagem infantil, compromete a socialização e traz inúmeras consequências negativas no desenvolvimento das crianças.

Para evitar esse cenário, Christiane Menezes pontua que é fundamental que os pais fiquem atentos ao tipo de estímulo que a criança está recebendo. A redução do tempo de exposição a telas é condição indispensável, além de conversas diárias que permitam com que seus filhos entendam o quanto uma linguagem inadequada pode comprometer negativamente sua vida, seja no âmbito pessoal ou educacional. As intervenções no momento em que a criança insiste em manter esse tipo de comunicação também são importantes.

O modelo de fala adequado é imprescindível. Usar uma fala bem articulada, rica em entonação, com palavras apropriadas ao contexto, sem dúvida contribui significativamente para o desenvolvimento da linguagem da criança. Além disso, estimular o diálogo, elogiar as tentativas da criança em se comunicar espontaneamente, mostrar-se disponível para interagir sempre serão excelentes estratégias.

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