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Especialista explica por que arritmia cardíaca também pode atingir jovens e atletas

Estresse e bebidas estimulantes estão entre os fatores de risco. Saiba como prevenir as arritmias

Lucas Quirino

Qualquer pessoa pode desenvolver uma arritmia cardíaca, independentemente da idade ou condição física. No entanto, pessoas com fatores de risco como hipertensão, diabetes, histórico de doenças cardíacas ou histórico familiar de arritmias têm maior chance de desenvolvê-la, algo que vem acontecendo com mais frequência em pessoas mais jovens. É o que explica o cardiologista Antonio Monteiro, de Belém. 

“O aumento das arritmias em pessoas mais jovens pode estar relacionado a vários fatores, incluindo o estresse, uso de substâncias estimulantes como bebidas energéticas, maus hábitos alimentares, drogas, sedentarismo e até a maior disponibilidade de diagnósticos precoces devido ao avanço da medicina”, diz o especialista. 

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Por que atletas apresentam quadro de arritmia?

Os atletas, apesar de seguirem uma rotina de vida saudável, também estão suscetíveis a arritmias cardíacas, de acordo com o cardiologista. “Isso pode ocorrer devido ao ‘coração do atleta’, uma condição comum em quem pratica exercícios intensos e prolongados. O coração, por ser um músculo, se adapta ao esforço físico aumentando de tamanho e mudando sua estrutura. Essas adaptações, embora geralmente benignas, podem predispor ao surgimento de arritmias, como a fibrilação atrial”, alerta Antonio Monteiro.

O exercício físico em excesso pode desencadear desequilíbrios eletrolíticos ou alterar o funcionamento do sistema elétrico do coração, aumentando o risco de arritmias. Outra possibilidade é que o estresse físico extremo ou a inflamação causada por treinos intensos possam afetar o coração. Porém, a causa exata precisa de uma avaliação minuciosa de cada caso e às vezes não é possível ser determinada em casos de óbitos. 

“A alimentação também desempenha um papel importante na saúde cardíaca. Dietas desequilibradas, com alto teor de sódio, baixo consumo de potássio e magnésio, ou uso inadequado de suplementos, podem contribuir para o surgimento de arritmias, mesmo em atletas. Portanto, é fundamental que atletas mantenham uma alimentação equilibrada e monitorar regularmente a saúde do coração, especialmente se houver sintomas como palpitações ou fadiga excessiva”, destaca o médico

Como evitar e tratar?

Antonio Monteiro ressalta que o tratamento das arritmias depende do tipo e da gravidade. “Pode incluir mudanças no estilo de vida, uso de medicamentos, procedimentos como ablação por cateter (que destrói pequenas áreas do tecido cardíaco que causa a arritmia) ou, em casos mais graves, a implantação de dispositivos como marcapassos”, diz

Ele também destaca que para prevenir as arritmias, é importante adotar um estilo de vida saudável:

  • manter uma alimentação equilibrada,
  • evitar o consumo excessivo de álcool e cafeína,
  • controlar o estresse,
  • praticar atividade física regularmente,
  • seguir as orientações médicas no caso de doenças cardíacas preexistentes.

Além disso, é importante realizar check-ups regulares para monitorar a saúde do coração.

Cuidados ao praticar atividade física

O educador físico Caio Quirino, de Ananindeua, explica que uma pessoa que apresenta quadro de arritmia cardíaca precisa incluir a atividade física em sua rotina, mas com ressalvas, devido à sua condição. “Os exercícios que uma pessoa com arritmia tem que fazer tem um certo cuidado, sendo os mais recomendados os chamados aeróbicos, como bicicleta, esteira, ou até uma caminhada de baixa intensidade, para não acelerar muito o coração desse aluno”, recomenda.

O profissional também aponta para prática de musculação como opção de exercício, mas, atentando-se sempre aos cuidados e acompanhado de um profissional capacitado para aquele tipo de exercício. 

“Na arritmia o coração bate de uma forma irregular, então, é preciso tomar cuidado, fazer atividades, trazer a atividade para a rotina, atividade de baixa intensidade, aeróbico de baixa intensidade, manter uma alimentação mais saudável. Os intervalos de uma atividade ou série de exercícios devem ser maiores, cerca de 1 a 2 minutos, para dar tempo suficiente do aluno se recuperar, pois pode ser normal ele cansar um pouco mais, ainda mais se for sedentário”, destaca o educador físico.

*Estagiário sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade, de O Liberal.

Belém