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Espaço Memória do Círio acolhe ex-votos e corda oficial deste ano

Museu está com visitações reduzidas e controladas devido à pandemia de covid-19

Victor Furtado

Há oito anos, o Espaço Memória do Círio se dedica a preservar elementos da festividade de Nossa Senhora de Nazaré. É como um pequeno museu, onde é possível se conectar com a fé de outras pessoas. Lá, estão algumas promessas e agradecimentos por graças alcançadas, que são chamados de ex-votos. E também um pedaço da corda deste ano. Neste período de pandemia de covid-19, em que a população devota precisou descobrir outros jeitos de viver o Círio sem romarias, essa pode ser mais uma forma.

No espaço, é possível encontrar 20 mantos oficiais, usados pela imagem peregrina da Virgem de Nazaré; os ex-votos mais curiosos - por todo tipo de promessa, que vai de saúde a casamentos e aprovação em concursos e vestibulares; obras de arte; doações; e alguns objetos à venda. A essência do acervo, explica a turismóloga e atendente do Memória de Nazaré, Janes Jaques, é a peculiaridade. Peças de cera, diplomas, medalhas, equipamentos de reabilitação, fotos... a criatividade na devoção sempre foi uma marca do Círio.

Promessas e ex-votos, antes, eram guardados, cuidadosamente, no Museu do Círio, que era na cripta da Basílica Santuário. Com o tempo, lembra Janes, esse espaço foi mudado para a Cidade Velha. A cripta — espaço que é quase metade do território da Basílica — hoje é um depósito do sagrado e patrimônio da basílica. Em breve, deve ser revitalizado, em um projeto da Vale. Após uma curadoria criteriosa, os objetos de fé são expostos.

"Entre os mantos, o que costumo destacar é o de 2008. Foi o primeiro a ser exposto à população de forma mais próxima. Eu lembro desse, pois já trabalhava aqui, quando ainda era a loja Lírio Mimoso. Foi um dos primeiros mantos a ter um desenho em alto relevo, representando a Missão da Amazônia. Temos também uma réplica da cena de Plácido encontrando a imagem, feita por Ney Bastos. E uma bicicleta, do Valdeni, um devoto de Manaus (AM), que rodou vários estados com ela e registrou a passagem, homenageando quem o ajudou. Esse é um dos objetos que atrai mais atenção dos visitantes", explica a turismóloga.

Por conta da pandemia, o movimento ficou bem reduzido. E as visitas agora são limitadas a grupos de 15 pessoas no máximo. Janes lembra de quando cada grupo chegava a 50 pessoas, no começo do espaço. Os horários são de segunda a sexta, de 9h às 12h e de 14h às 17h. Aos sábados, apenas de 9h às 12h. Não funciona aos domingos. O espaço fica no Centro Social de Nazaré, sede da área onde funciona o arraial de Nazaré.

Belém