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Escola Papa Francisco capacita vozes da periferia para o protagonismo na comunicação da Amazônia

Assim como o jornal O LIBERAL amplia os horizontes da comunicação na região há 78 anos, a escola capacita jovens a ocuparem espaços de protagonismo e relevância, ajudando a moldar o futuro da informação no Norte do Brasil

Gabriel da Mota

Em uma Belém marcada pela rica diversidade cultural e pelos desafios sociais, a Escola de Comunicação Papa Francisco desponta como um farol para jovens da periferia que sonham em transformar o mundo por meio da comunicação. Sob a liderança do padre Claudio Pighin, jornalista e diretor da escola, a instituição tem sido um verdadeiro laboratório de talentos, promovendo a inclusão social e oferecendo uma formação de qualidade em áreas como rádio, TV e novas mídias. 

A missão da escola dialoga diretamente com a trajetória do jornal O LIBERAL, que celebra 78 anos em 2024 como um dos maiores veículos de comunicação da Amazônia. Assim como o jornal, que ao longo das décadas ampliou as vozes de sua região, a Escola Papa Francisco trabalha para capacitar jovens a contarem suas histórias e a de suas comunidades. "Esta escola não se preocupa somente com uma formação tecnológica, mas com uma tecnologia para a vida. Ligada à vida das pessoas", afirma padre Claudio.

Segundo ele, a proposta pedagógica vai além da técnica, buscando formar cidadãos conscientes e preparados para enfrentar os desafios da sociedade.

"Esses estudantes vêm de uma camada pobre que não pode pagar, e isso é justamente para promovê-los na vida e na profissão. Sem isso, podem se perder", completa.

A escola, que oferece o curso técnico de Rádio e TV totalmente gratuito, já se tornou referência no cenário local, especialmente pelo impacto social que promove. Thalles Puget, coordenador pedagógico da escola, ressalta que trabalhar com alunos vindos da periferia é uma experiência transformadora. "Eles trazem uma garra muito grande, uma vontade de superação que inspira todos ao redor. Aqui a troca de experiências é incrível. Eles compartilham histórias de vida que agregam muito ao aprendizado", diz.

Atualmente, a escola organiza seu curso em dois módulos principais. No primeiro, focado em rádio, os alunos aprendem disciplinas como criação publicitária, técnicas de locução e língua portuguesa. No segundo módulo, voltado para TV e novas mídias, são ensinadas cinegrafia, edição de vídeo e produção de conteúdos digitais, essenciais para o mercado atual. “A gente consegue se manter graças a doadores locais e alguns estrangeiros”, explica a vice-diretora, Vera Arruda. "Gostaríamos de atender mais pessoas, mas o espaço limitado nos obriga a abrir turmas pequenas, com até 35 alunos. Apesar disso, o impacto que geramos é imenso", explica Thalles.

Relatos

Histórias como a de Genilson Silva, 28 anos, revelam o alcance dessa transformação. Para ele, a Papa Francisco é um marco na sua trajetória. “É uma instituição que dá um curso técnico para várias pessoas sem cobrar nada. Eu já trabalhava com operação de áudio, mas aqui eu sinto que estou sendo abraçado, com professores que ensinam minuciosamente cada detalhe. Isso me dá confiança para dizer: ‘Eu sei fazer e posso mostrar meu valor’”, conta. Ele já vislumbra um futuro sólido na área técnica e, inspirado pelo curso, começou a explorar possibilidades como locução e apresentação. 

Leandra Santos, 26, também encontrou na escola um espaço para clarear seus objetivos profissionais. Trabalhando no setor de arte de um veículo de comunicação, ela buscou o curso para compreender melhor o funcionamento de todo o processo jornalístico. “Antes, eu estava um pouco perdida, mas agora sei que quero ser editora-chefe de um jornal. O curso me fez enxergar que minha paixão pela comunicação vai além do que eu imaginava. Aqui, aprendi a olhar o todo, a entender como cada detalhe faz a diferença”, relata.

Belém