Enem 2023: psicóloga lista dicas para escolher a profissão certa
A poucos meses das inscrições para os principais vestibulares locais, a decisão de qual curso seguir é uma etapa imprescindível na vida dos jovens
A dúvida na escolha da futura profissão e a proximidade cada vez maior do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) podem gerar pressão em muitos estudantes. A poucos meses das inscrições para os principais vestibulares locais, a decisão de qual curso seguir é uma etapa imprescindível na vida dos jovens que estão finalizando o período escolar. Na 19ª reportagem da série sobre o Enem, publicada todas às sextas-feiras, no jornal O Liberal e no portal OLiberal.com, a psicóloga Juliana Cardoso, especialista em orientação vocacional, aponta as principais dicas que os futuros universitários devem seguir.
Na hora de optar por qual curso seguir na faculdade, a psicóloga comenta que autoconhecimento e informação profissional são essenciais nesse processo. “É importante que o jovem leve em consideração quem ele é, o que gosta, quais são seus interesses, que tipo de vida gostaria de levar, quais são seus valores e a informação profissional”, diz Juliana. Além disso, os jovens também podem realizar “pesquisas sobre as profissões, mercado de trabalho, qual a média salarial da profissão, além de conversar com profissionais atuantes para entender a rotina [da profissão]”.
“A carreira ‘correta’ não existe. A pessoa pode escolher o melhor curso, dito aquele que prospera, mas não há garantias de sucesso. Sucesso envolve diversos fatores, inclusive desenvolvimento de competências comportamentais. O que existe é uma boa escolha, quando analisamos autoconhecimento e informação profissional. Alinhar quem eu sou, com o que eu desejo fazer. E ir ao longo do caminho investindo no desenvolvimento da carreira, modificando rotas no meio do caminho”, aconselha a psicóloga.
Muitas das vezes, esse processo de autoconhecimento pode ser aliado a uma busca de psicólogo que atue com orientação de carreira, recomenda Juliana. “O processo de escolha envolve diversos fatores que o profissional vai poder orientar neste processo. Às vezes uma dificuldade de escolha também pode envolver questões emocionais, psicológicas, autoestima baixa e diversos outros dificultadores”, diz Juliana, lembrando que auxílio profissional é de fundamental importância.
Todo o processo de conhecer a si mesmo é essencial para que os jovens não realizem uma escolha errada, como lembra Juliana. “Um erro muito comum é o jovem escolher o curso pelo que os amigos vão fazer, pelo os que os pais dizem que é o curso ideal.”, afirma a especialista. Juliana lembra, portanto, que o apoio dos familiares é primordial, mas destaca que a decisão não deve ser deles. “A família precisa estar junto para apoiar a escolha, escutar as dúvidas, ajudar, mas não deve direcionar dizendo o que ele deve fazer”.
Teste de orientação vocacional também pode ajudar a “dar uma luz” para os jovens. Mas, de acordo com Luciana, esse método “não vai apontar a profissão ideal”. “Ele [o teste] irá apontar áreas. Testes de personalidade com testes de interesses profissionais apontam áreas de interesse, mas a decisão final é da pessoa. O processo de orientação envolve diversas etapas e o objetivo é ao final, que o jovem se sinta confiante no seu processo de escolha”, orienta.
Apesar dos vestibulandos terem diversas alternativas que o auxiliem escolher a própria profissão, algumas dificuldades ainda são percebidas, conforme diz a psicóloga. “As dificuldades são diversas e variam de pessoa a pessoa, mas eu diria que a grande variedade hoje do número de profissões e o mercado cada vez mais competitivo tornam um dos grandes dificultadores neste processo de escolha. Como escolher diante de tantas opções?”, destaca
Escolha precoce
Isso tudo torna-se ainda mais difícil, já que os estudantes precisam decidir de forma precoce o que desejam fazer no futuro. “O jovem tem que escolher no final da adolescência onde ele ainda não está vivenciando momentos de muitas dúvidas de quem eu sou. Os jovens tendo que escolher cada vez mais cedo sobre a profissão que deseja, ainda não está em pleno amadurecimento e já tem que fazer uma escolha extremamente importante para a vida dele”, frisa Juliana.
Por mais cedo que essa tomada de decisão seja feita, é necessário, acima de tudo, que o jovem confie em si mesmo, enfatiza Luciana. “Se desenvolveu autoconhecimento e trabalho na questão da informação profissional, a sua escolha precisa ser validada. Entender também, que escolha sempre fala de um momento da nossa vida. Nossos interesses mudam ao longo da vida. E que se também precisar mudar, isso também é permitido. As escolhas não são sentenças definitivas.
(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão de João Thiago Dias, coordenador do Núcleo de Atualidades)
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