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Enem 2023: livros físicos são essenciais mesmo com grande disponibilidade de materiais on-line

Garantindo maior desempenho na prova do Enem, a professora de redação Maura Izabella, de Belém, reforça a importância da “leitura tradicional”

Gabriel Pires

Durante a preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a leitura se destaca entre as estratégias de estudos. E, em uma época dominada pelas ferramentas digitais, a opção por livros físicos frente aos materiais disponibilizados de forma on-line, assume um papel essencial na ampliação dos conhecimentos para a prova — seja para a redação ou para demais áreas do conhecimento. Na 16ª reportagem da série sobre o Enem, publicada todas às sextas-feiras, no jornal O Liberal e no portal OLiberal.com, a professora de redação Maura Izabella, de Belém, reforça a importância da “leitura tradicional”.

Maura comenta que o hábito de ler regularmente é essencial para expandir os conhecimentos dos estudantes. “Creio que a leitura, em si mesma, é muito importante para que o indivíduo tenha acesso a perspectivas de vida que diferem das suas. Quando se trata de vestibulandos, ler contribui muito para a produção textual pois, quanto mais se lê, maior será a quantidade de informações adquiridas que poderão ser usadas para o desdobramento da argumentação em textos dissertativos-argumentativos, que são os mais exigidos em bancas de vestibulares e de concursos”, pontua Maura.

A experiência de consumir livros físicos, apesar da ampla disponibilidade dos e-books — os livros digitais —, pode ser mais envolvente, como explica a professora. “É muito mais fácil se concentrar para ler um livro de papel, visto que as chances de distração e de interrupção da leitura são menores. Quando se lê em formato digital, às vezes, em meio à leitura no tablet, por exemplo, surgem notificações de redes sociais que podem retirar o foco. Em livros de papel isso não ocorre, o que contribui para maior aproveitamento do que foi lido”, declara.

“Ler é vantajoso, independentemente do formato de leitura. Pode-se dizer que o livro físico apresenta mais vantagens que o digital por possibilitar acesso aos sentidos, o que pode contribuir para a memorização. No caso de um livro físico, a possibilidade de usar o tato e o olfato, além de poder fixar post-its com anotações, ou mesmo escrever nas margens das páginas pequenas observações, são todos recursos extras para apreensão do conhecimento adquirido. Sem contar que a vista cansa menos na folha real que na tela. Sabemos dos riscos à visão que o uso contínuo das telas promove”, afirma Maura.

image Os alunos devem optar por obras e leituras que sejam do seu agrado, lembra a professora (Ivan Duarte / O Liberal)

Hábito

Para o Enem, Maura comenta que o exame não exige leituras obrigatórias, mas lembra que algumas obras da literatura nacional podem ser indispensáveis. Livros como “Vidas Secas", de Graciliano Ramos, “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, e “Grande Sertão Veredas”, de Guimarães Rosa, são indicados pela professora. “Leitura é prática. Logo, o importante é ler. Falar em quantidade de livros pode desanimar quem ainda não desenvolveu o gosto pela leitura. Eu indico que a pessoa escolha um livro que ache interessante, não importa o assunto, sem qualquer preconceito, e inicie a leitura”.

“No Enem, o candidato pode comprovar seu repertório com conceitos e suas definições — para isso, qualquer área de conhecimento é válida, desde a Filosofia até a Psicanálise, de acordo com o gosto do candidato — ou com informações — para isso, pode usar pesquisas, dados e notícias, desde que vinculados a uma fonte, como o jornal O Liberal, por exemplo, e outros, além de revistas e até podcasts, o que poucos sabem, e é uma novidade das últimas edições do ENEM”, pontua a professora no que diz respeito à redação.

Para quem não tem a rotina de ler regularmente, Maura orienta que é possível ir aos poucos e a partir de metas: “2 páginas por dia. Depois de 1 mês, 5 páginas por dia. Em dois meses, 10 páginas por dia. Se realmente não conseguir gostar, faça a leitura dessas 10 páginas da mesma maneira que vai para a academia treinar ‘na força do ódio’, como dizem. Brincadeiras à parte, é fato que há quem nunca goste de treinar o físico; assim há quem nunca vai gostar de ler. Porém, para alcançar o sucesso, é preciso entender que os objetivos exigem que façamos o que é necessário, não apenas o que é prazeroso”.

Bibliotecas

A prática da leitura também pode ser estimulada com o hábito de ir à biblioteca, já que incentiva essa prática no dia a dia. “Bibliotecas são espaços gratuitos e igualitários. É um ambiente calmo, sem barulhos, o que favorece a concentração e a assimilação do conhecimento. Além disso, é preciso lembrar que são espaços culturais e, por essa razão, além dos livros, o aluno pode dispor de cinema, oficinas, palestras e outros eventos que favoreçam a ampliação de conhecimento”, destaca.

Veja onde encontrar bibliotecas públicas em Belém:

  • Biblioteca Pública Arthur Vianna (Centur): avenida Gentil Bittencourt, nº 650 - Nazaré
  • Espaço Cultural Nossa Biblioteca (ECNB): travessa 25 de Junho, nº 214 - Guamá
  • Gueto Hub - Biblioteca Comunitária, Galeria e Café: travessa Quintino Bocaiúva, nº 3729 - Jurunas
  • Biblioteca Comunitária Itinerante Barca Literária: Vila da Barca, passagem Cametá, nº 44 - Telégrafo

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão de João Thiago Dias, coordenador do Núcleo de Atualidades)

Belém