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Enem 2023: confira como não ficar nervoso e controlar a ansiedade antes, durante e depois da prova

Psicólogos alertam para a importância de controlar o estado emocional e listam dicas sobre como lidar com o estresse

Gabriel Pires

Às vésperas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), além da reta final de preparação, os estudantes ainda precisam driblar um fator determinante: o nervosismo. Por conta da expectativa para a prova, é comum que muitos candidatos fiquem tensos com a pressão envolvida nessa etapa da vida. No entanto, psicólogos alertam para a importância de controlar o estado emocional e listam dicas sobre como lidar com o estresse e amenizar esse sentimento antes, durante e após a prova.

A psicóloga, Anne Lisboa, especialista em psicologia escolar, explica que, antes da prova, é essencial que os candidatos direcionem os próprios pensamentos para o objetivo que eles almejam: a aprovação no vestibular. Isso pode ajudar a aliviar quaisquer sentimentos destrutivos. “E pensar que todo o esforço investido nos estudos foi o melhor a ser feito naquele momento. Pensar que o vestibular é um jogo de probabilidades que o vestibulando pode alcançar o que almeja naquele ano de vestibular ou pode alcançar mais adiante com mais treino, com mais regulação emocional”, afirma a especialista. 

“Além disso, somado a esses aspectos, é necessário elaborar uma boa estratégia de prova, que os professores abordam nas aulas preparatórias. É extremamente importante para que esse nível de ansiedade antes da prova já diminua”, completa Anne. Segundo a psicóloga, em meio ao nervosismo, a ansiedade pode prejudicar o desempenho em meio a esse processo da prova: “A ansiedade pode ser desfavorável, fazendo com que os pensamentos sejam alterados, diferentes daquele que o vestibulando precisa naquele momento ou que estejam alinhado com o objetivo, fazendo com que as memórias possam falhar”, pontua.

Já a psicóloga Rafaela Guedes, explica que a ansiedade pode ser natural em meio a um deságio, mas alerta para a importância de se atentar quando esse sentimento impacta negativamente e aponta o pode ajudar: “Evitar olhar para o que supõe que não se sabe, que pode nem cair na prova. Evitar olhar para o número de concorrentes. Isso não contribui em absolutamente nada. Você precisa olhar para você, para o que você sabe, para o que desenvolveu de conhecimento nesse caminho, em termos de treino de execução de questões também”, observa.

“É importante pensar no seu próprio desejo de passar no vestibular e fazer aquela graduação. É um momento importante para deixar de lado as expectativas sociais, que elas vão contribuir de uma forma negativa, porque vai pesar, vai trazer mais ansiedade e angústia para o candidato. Não é o caminho. Agora, você com a sua história de vida, com seu próprio desejo de cursar aquela graduação, com que você desenvolveu. Esse é o foco fundamental”, completa Rafaela sobre o que é essencial focar antes do Enem.

O que fazer durante e após a prova?

Caso o aluno se veja em uma situação de vulnerabilidade no decorrer da prova, Anne Lisboa pontua que uma pausa deve ser feita. “Durante as provas, caso o aluno apresente alteração da ansiedade, se faz necessário, quando possível, se retirar do ambiente de prova e praticar a respiração diafragmática. Inspira, contando até sete, segura contando até três e expira, contando até quatro para que essa ansiedade pelos pensamentos também possa ser controlada. Tendo esse foco na respiração, os pensamentos diminuem, para que o vestibulando se sinta mais no controle dos seus pensamentos e das suas emoções”, instrui.

Rafaela detalha, também, sobre o que fazer em casos de crises durante o exame: “peça para ir ao banheiro, beba uma água, respire. Se a emoção vier, permita que ela venha, o choro, até que as coisas se tranquilizem e lembre do que você quer, do porquê você está fazendo isso, independente do que os outros esperam de você, mas o que desta prova, dessa graduação tem sentido para você e o que você busca da sua vida. E que sempre existirão provas. Ano que vem tem de novo. Caso não se alcance agora, não é o fim, existem sempre novas possibilidades e oportunidades”.

“Após as provas, se faz necessário que o vestibulando se tranquilize, pense que foi feito tudo que podia ser feito. Se direcionar para as outras áreas da vida, não só os estudos, mas se direcionar para um convívio familiar. E ainda sair com os amigos, fazer um esporte, fazer leituras que antes ele não podia fazer, ou seja, viver outras coisas da vida até que o resultado chegue. E aí possa se pensar nos próximos passos para a vida acadêmica, a profissão, o futuro”, recomenda Anne.

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão de Fabiana Batista, coordenadora do Núcleo de Atualidades)

Belém