Em Belém, Papai Noel mantém tradição e leva a magia natalina às crianças

Além da celebração do nascimento de Jesus, a figura do bom velhinho leva alegria às crianças e, também, aos adultos. E por trás do tradicional personagem, diversos artistas dão vida à figura icônica do Natal

Gabriel Pires

Em meio à comemoração do Natal, celebrado nesta segunda-feira (25), a figura do Papai Noel se faz presente em todos os cantos. Além da celebração do nascimento de Jesus, a figura do bom velhinho leva alegria às crianças e, também, aos adultos. Por trás do tradicional personagem, diversos artistas dão vida à figura icônica do Natal, assumindo o manto de Papai Noel e encantando pessoas de todas as idades. São esses atores que trazem a representatividade do tradicional símbolo natalino.

image Papai Noel no Forte do Presépio (Foto: Thiago Gomes | O Liberal)

Quem tem a missão de atuar como Papai Noel, nesta época do ano, é o artista Bruno Torres, de Belém. Há mais de 5 anos ele assume o papel de se tornar o bom velhinho, espalhando o encanto natalino nas mais diversas ações que realiza. Para ele, esse momento é marcado por muita emoção e alegria, justamente pela magia que ele representa para as crianças. Ainda segundo Bruno, compartilhar desse sentimento de bondade é o que torna o trabalho ainda mais especial.

“A representação é como se eu fosse um pai para todos, realmente. Eu estou ali ensinando algo. Se algum comportamento eu verificar que seja errado ou estiver errado, eu vou e corrijo. Então, querendo ou não, as pessoas me respeitam. Isso, nesta época, é uma representatividade muito forte. A imagem do pai presente. A importância de um pai. A gente embarca nessa história do Papai Noel de uma forma tão verdadeira que deixa saudades. Quando ele está ali presente, muda qualquer situação no ambiente”, diz Bruno.

image Clássico do Natal, o Bom Velhinho encanta as crianças (Thiago Gomes / O Liberal)

Sentimentos

Para Bruno, a magia do Papai Noel marca de uma forma especial que chega a ser muito mais do que apenas representar o personagem, mas é uma forma de levar amor. “Hoje em dia, as pessoas estão muito focadas em resolver situações ou problemas. Elas não estão mais focadas no simples. O ser humano sempre quer mais, ele nunca está satisfeito. Aquele momento que a gente está ali convivendo, é um momento muito especial. E isso marca muito. Essa troca, esse olhar, a bondade das pessoas”, completa o artista.

image Papai Noel mostra Belém (Foto: Thiago Gomes | O Liberal)

“Quando a gente está com o Papai Noel, todo mundo fica com um sorriso. É muito bom receber esse amor. Se talvez a gente olhasse para as pessoas como elas olham para o Papai Noel, o mundo seria diferente, teria uma maior harmonia, muito mais amor. O mundo está com tanta pressa que a gente passa por cima das pessoas sem perceber, elas estão precisando ali de carinho, de amor. Cada um tem seus problemas e a gente passa despercebido por isso. Talvez um abraço poderia mudar a vida daquela pessoa”, reflete.

Nessa rotina, diversos pedidos são feitos ao bom velhinho, mas alguns se tornam inesquecíveis, como relembra Bruno. “As crianças pedem muito carrinho e boneca. Só que uma criança que me marcou muito foi que ela pediu a saúde da mãe dela, o amor entre o pai e a mãe, entre a família. Tem crianças que não pedem presente, tem algumas que pedem algo que não podemos tocar, E isso me marca muito, quando eu vejo uma criança pedindo algo que ela precisa mais que o presente”, afirma.

“Tem crianças de todo tipo. Cada uma delas tem seu jeitinho especial. Só que teve outra que ficou marcada minha vida inteira até hoje. Foi uma criança mais que especial: pela alegria dela ao ver o Papai Noel. Ela tinha uma alegria, um sorriso, uma comunicação que se via a energia dela. Era uma criança mesmo abençoada por Deus. Uma criança que se via uma luz imensa nela. E isso me marcou muito, a forma que ela reagiu ao ver o Papai Noel”, lembra Bruno.

Infância

Para a psicóloga Rafaela Guedes, a figura do Papai Noel representa esperança para as crianças. E, segundo, acreditar na figura do bom velhinho é positivo para a saúde mental. “O Papai Noel é o que a gente chama de objeto bom, na psicanálise. Para se ter uma saúde mental relativamente boa, a gente precisa que o nosso mundo interno seja permeado mais de objetos bons do que de objetos maus, de representantes bons, de amor, cuidado e alegria”, avalia a especialista.

image Bruno Torres dá vida ao Papai Noel em dezembro (Thiago Gomes / O Liberal)

“Isso é base disso de uma infância rica, saudável, bem nutrida. O mundo, para as crianças, tem que ser apresentado em doses homeopáticas, gradativamente. A criança fantasia e cria o mundo. E, aos poucos, ela vai percebendo que o mundo é maior que ela, mas isso é gradativo. Quando a gente retira, por exemplo, um objeto bom ali da vida da criança, comunicando, por exemplo, que o Papai Noel não existe, a criança vive um luto, a perda de algo bom, de uma ilusão”, explica Rafaela.

Origem do Papai Noel

A origem do Papai Noel está intimamente relacionada com a figura de São Nicolau de Mira, que foi um bispo nascido na Turquia em 280 d.C. À época, ele ficou conhecido por ajudar pessoas carentes. São Nicolau deixava moedas perto das chaminés dos menos favorecidos durante a noite.Ele foi beatificado pela Igreja Católica por conta dos milagres que realizou.

*Fonte: Brasil de Fato

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão de João Thiago Dias, coordenador do Núcleo de Atualidades)

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