Ecoansiedade: o que é e como evitar diante da angústia pelas enchentes no Rio Grande do Sul
Crises de pânico e pensamentos obsessivos são alguns dos sintomas que podem se manifestar
A ecoansiedade, também conhecida como ansiedade climática ou solastalgia, é o medo crônico e a preocupação excessiva com os impactos das mudanças climáticas no planeta. Ela se manifesta por meio de preocupações intensas com o futuro do planeta e seus impactos na vida das pessoas. As enchentes no Rio Grande do Sul são um exemplo trágico dos efeitos das mudanças climáticas e podem intensificar a ansiedade ambiental em muitas pessoas. O psicólogo Fernando Santos, de Belém, explica o que é a condição e dá dicas de como evitá-la.
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Sintomas
Medo intenso e persistente: angústia em relação ao futuro do planeta e da humanidade, com pensamentos catastróficos e pessimistas.
Crises de pânico: ataques súbitos de medo intenso, acompanhados por sintomas físicos como taquicardia, sudorese, falta de ar e tontura.
Pensamentos obsessivos: ruminação constante sobre as mudanças climáticas e seus impactos, com dificuldade de se concentrar em outras atividades.
Perda de apetite: diminuição do interesse pela comida e dificuldade em se alimentar de forma saudável.
Insônia: dificuldade para adormecer ou permanecer dormindo, com sono agitado e pesadelos.
Queda no rendimento escolar ou profissional: desmotivação, falta de concentração e dificuldade em realizar tarefas.
Sentimentos de culpa e impotência: sensação de que não há nada que possa ser feito para evitar o desastre climático.
Desesperança e apatia: perda de interesse pelas atividades cotidianas e sentimento de que o futuro é sombrio.
Causas da ecoansiedade
Exposição constante a notícias alarmantes: a mídia frequentemente apresenta as mudanças climáticas de forma catastrófica, sem contextualizar os dados e apresentar soluções.
Desinformação e sensacionalismo: a circulação de informações falsas ou exageradas nas redes sociais e em alguns veículos de comunicação contribui para o aumento da ansiedade.
Falta de educação ambiental adequada: a educação ambiental nas escolas muitas vezes se concentra nos aspectos científicos das mudanças climáticas, sem abordar as implicações psicológicas e sociais do problema.
Fatores individuais: pessoas com predisposição à ansiedade, depressão ou outros transtornos mentais podem ser mais propensas a desenvolver ecoansiedade.
Impactos da ecoansiedade
A ecoansiedade pode ter um impacto significativo na saúde mental e no bem-estar das pessoas, afetando suas relações pessoais, desempenho profissional e qualidade de vida. Em casos graves, pode levar ao desenvolvimento de transtornos de ansiedade, depressão e até mesmo pensamentos suicidas.
Como lidar com a ecoansiedade
Buscar informações confiáveis: consulte fontes confiáveis para obter informações precisas e atualizadas sobre as mudanças climáticas.
Limitar a exposição a notícias alarmantes: evite assistir ou ler notícias constantemente sobre o tema, especialmente aquelas que apresentam uma visão pessimista e catastrófica.
Conversar com outras pessoas: compartilhar seus sentimentos e preocupações com amigos, familiares ou um profissional de saúde mental pode ser útil para lidar com a ansiedade.
Focar em ações positivas: envolva-se em atividades que contribuam para a mitigação das mudanças climáticas, como reduzir seu consumo de energia, reciclar e usar transporte público.
Cuidar da saúde mental: pratique atividades físicas, tenha uma alimentação saudável, durma bem e procure técnicas de relaxamento como meditação ou yoga.
O papel da educação ambiental
A educação ambiental tem um papel fundamental na prevenção e no combate à ecoansiedade. É importante que as escolas abordem o tema de forma abrangente, contextualizando os dados científicos e apresentando soluções para o problema. Além disso, é essencial promover a educação emocional e o desenvolvimento de habilidades para lidar com o estresse e a ansiedade.
Lembre-se: você não está sozinho. A ecoansiedade é um problema real que afeta muitas pessoas. Existem maneiras de lidar com a ansiedade e cuidar da sua saúde mental. É importante buscar ajuda profissional se você estiver sofrendo com os sintomas da ecoansiedade.
Eva Pires (estagiária sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)