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Dia Mundial da Limpeza: voluntários recolhem lixo nas margens dos rios em Belém

A iniciativa internacional ocorreu na manhã deste sábado (21) com coleta, triagem e catalogação dos resíduos

Amanda Martins

Belém recebeu uma ação de limpeza nas margens dos rios Tucunduba e Guamá, abrangendo uma extensão de aproximadamente 5 km. O ponto de encontro foi o Centro Cultural Vadião, na Universidade Federal do Pará (UFPA), onde voluntários se reuniram desde as 8h30, deste sábado (21/09) para participar do evento. A iniciativa faz parte da primeira edição do Dia Mundial da Limpeza de Rios e Praias, um movimento internacional promovido pela Ocean Conservancy, para preservar ecossistemas oceânicos e combater a poluição marinha. O primeiro momento da limpeza ocorreu na última quarta-feira (18/09) na Comunidade do Céu, em Soure, na Ilha do Marajó. 

A ação, que contou com o apoio de patrocinadores e parceiros, envolveu a coleta, triagem e catalogação de resíduos encontrados nas margens dos rios. Todo o material coletado será pesado e analisado, com os dados sendo enviados para o Centro de Conservação dos Oceanos, que encaminhará o relatório final para a ONU. A análise ajuda a identificar os tipos de resíduos mais encontrados e embasa políticas de controle de poluição, como o "Marpol Treaty".

Samantha Chaar, CEO da Composta Belém, uma das organizadoras locais, destacou a importância da iniciativa. "Pela primeira vez essa ação está acontecendo aqui em Belém, mas, ao longo do ano, nós realizamos outras limpezas nos rios e praias. Hoje, voluntários de diferentes instituições se juntaram a nós, e estamos coletando cerca de 200 a 300 quilos de resíduos, podendo chegar a uma tonelada", afirmou.

Segundo Samantha, após a coleta, os resíduos recicláveis serão destinados à ARAL (Associação dos Recicladores das Águas Lindas), beneficiando cerca de 30 famílias do bairro da Maracangalha. “A grande importância de iniciativa de hoje é combater o lixo que nós mesmos geramos, mas a gente tem essa solução”, acrescentou.

INICIATIVA 

Kátia Kalinowski, coordenadora da Ocean Conservancy, ressaltou que a escolha de Belém para a ação foi uma resposta a um pedido mundial, devido à alta poluição plástica que afeta a cidade. 

"Fiquei impressionada com a quantidade de isopor, plástico e até metais pesados. O Tucunduba e o Guamá são rios essenciais para Belém, e essa quantidade de lixo é alarmante. Estamos fazendo um estudo para alertar sobre a gravidade do problema", explicou.

A ação reuniu 100 voluntários, equipados com sacolas biodegradáveis e luvas, que seguiram diretrizes rígidas de coleta e registro dos materiais encontrados. Um deles foi o  oceanógrafo Matheus Mendes de Almeida, que compartilhou suas impressões sobre o evento: "Ao mesmo tempo que é gratificante participar dessa ação, é triste ver um lugar tão bonito, onde estudo todos os dias, cheio de lixo acumulado. Encontramos muito isopor, lixo doméstico e resíduos plásticos." 

Ele ainda reforçou a necessidade de mais iniciativas como essa, especialmente com a proximidade da COP 30, que será realizada em Belém. “É triste ver esses tipos de resíduos sólidos viram parar no Tucunduba próximo ao Rio Guamá que abastece Belém”, lamentou o estudante.

 

 

 

 

 


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