Dia Internacional do Homem: data reforça que os homens não devem deixar a saúde de lado
Especialistas chamam atenção para hábitos saudáveis e para a importância desses cuidados a fim de promover qualidade de vida e longevidade
Especialistas chamam atenção para hábitos saudáveis e para a importância desses cuidados a fim de promover qualidade de vida e longevidade
Celebrado nesta terça-feira (19), o Dia Internacional do Homem tem como um dos objetivos alertar sobre a conscientização e a promoção da saúde e do bem-estar masculino, que ainda enfrenta desafios, já que muitos homens deixam de lado consultas e exames de rotina. Em meio a isso, especialistas chamam atenção para hábitos saudáveis e para a importância desses cuidados a fim de promover qualidade de vida e longevidade.
Manter a saúde masculina em dia vai muito além do exame de próstata, que rotineiramente é pontuado pelos médicos. O clínico geral Antônio Monteiro, de Belém, explica que os homens devem realizar consultas periódicas. Entre as especialidades, ele destaca a necessidade de acompanhamento frequente com o cardiologista e o urologista – mas também com o médico clínico geral ou médico de família, especialmente após os 40 anos ou se apresentarem fatores de risco.
“Para pacientes em que não são encontradas alterações na avaliação, anualmente [as consultas]. Se detectada alguma alteração, as reavaliações são indicadas de acordo com cada caso. Essas visitas são cruciais para monitorar condições silenciosas, como hipertensão, colesterol alto e alterações na próstata, permitindo a detecção precoce de problemas e a prevenção de complicações graves. Porém, todos os homens a partir de 18 anos deveriam ser avaliados clinicamente para assegurar que possíveis alterações”, detalha Monteiro.
Já entre os principais exames de rotina que devem estar em dia, Antônio destaca: “Glicemia de jejum e hemoglobina glicada (diabetes), perfil lipídico (colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos), além de função renal (creatinina e ureia)”. “Para homens com mais de 40 anos, exames cardiológicos, como eletrocardiograma, ecocardiograma e teste ergométrico, são indispensáveis na avaliação do coração. No rastreamento do câncer de próstata, o PSA é o principal exame, e o toque retal é realizado quando indicado, considerando o histórico clínico e fatores de risco”, completa.
“O cuidado varia conforme a idade. Entre 20 e 40 anos, o foco está na prevenção, com hábitos saudáveis e exames metabólicos básicos. Após os 40, torna-se essencial monitorar fatores de risco cardiovascular, como hipertensão arterial, rastrear diabetes e iniciar a avaliação para câncer de próstata. Com o avançar da idade, também pode ser necessário o rastreio de alguns cânceres, como o de cólon, a partir dos 50 anos”, pontua Antônio.
De acordo com o médico, a partir dos 60 anos torna-se fundamental reforçar o controle de doenças crônicas e intensificar o acompanhamento médico para prevenir complicações que possam afetar a qualidade de vida. Entre os homens, destacam-se como mais prevalentes as doenças cardiovasculares, como hipertensão, infarto e AVC, além do diabetes e do câncer de próstata. “Todas podem ser prevenidas ou diagnosticadas precocemente com acompanhamento médico regular”.
“A ‘síndrome do super-homem’ faz com que muitos homens acreditem ser invulneráveis, o que gera resistência em buscar atendimento preventivo. Isso frequentemente resulta em diagnósticos tardios de doenças graves, como infarto ou câncer de próstata avançado. O impacto é significativo, com maior mortalidade e perda da qualidade de vida. Cuidar da saúde não é fraqueza, mas um ato de força e responsabilidade, que garante mais anos de vida saudável”, alerta Monteiro ao pontuar que é necessário quebrar estigmas.
Quem passou por uma mudança completa de cuidados com a saúde foi o aposentado Roberto Campos, de 61 anos, após descobrir um câncer e realizar um transplante de fígado. Por conta do procedimento, o dia a dia dele exigiu um reforço maior de idas a consultas e exames periódicos - para garantir bem-estar e qualidade de vida. “Hoje, na condição de transplantado, eu sigo um planejamento da equipe de transplante. Fora isso, tem outros médicos que me acompanham por fora, como cardiologista, endocrinologista e traumatologista”, diz.
“Isso tudo é agendado. É padrão, não posso deixar de comparecer. As consultas relacionadas ao transplante, com o hepatologista, são a cada 3 meses. Também com nutricionista. E também tenho com hepatologista e psicóloga junto. Já os exames de imagem são feitos anualmente. [Após o transplante], não tem como deixar de cuidar da saúde, porque eu fico sendo monitorado através dos exames de laboratório, principalmente as enzimas do sangue relacionadas à parte hepática. Isso porque, hoje, eu vivo com o órgão de outra pessoa”, reforça.
Todos esses cuidados são importantes, segundo Roberto, para fortalecer o sistema imunológico. “Às vezes, os homens têm medo [de procurar o médico], têm aquela síndrome do jaleco branco. Se faz necessário [cuidar da saúde]. Não somente para quem é transplantado ou não. A partir de uma certa idade, precisamos entender que, a partir de certa idade, nosso organismo precisa de um melhor cuidado, principalmente na parte física. Precisamos cuidar da musculatura”, diz Roberto, que também realiza musculação para fortalecer.