Dia do Contador de Histórias: profissionais transformam vidas de crianças potencializando a educação
Em Belém, na Escola Municipal Augusto Meira, no Bengui, desde cedo, os próprios estudantes são incentivados pelos educadores a dominar a arte da narrativa
Contar histórias vai além de apresentar novos mundos. É também uma poderosa ferramenta de educação e de incentivar a criatividade por meio da imaginação. E nesta quinta-feira (20), o Dia Nacional do Contador de Histórias homenageia esses profissionais, considerados guardiões do conhecimento e disseminadores da cultura. Em Belém, na Escola Municipal Augusto Meira, no Bengui, desde cedo, os próprios estudantes são incentivados pelos educadores a dominar a arte da narrativa.
No dia a dia, é por meio de atividades educativas e em uma roda de conversa que a bibliotecária da escola municipal, Carla Soares, apresenta histórias e incentiva a leitura. “O lúdico também tem que estar presente no aprendizado, porque isso vai despertando a curiosidade e essa maneira das crianças se envolverem na própria contação de histórias. Além de incentivar a leitura, a gente mostra como é prazerosa essa maneira divertida de aprender.”, afirma Carla.
E descobrir esses novos mundos não seria possível sem o contador de histórias, como relata a bibliotecária. “Esses profissionais são intermediadores entre essas crianças. E o bibliotecário é o guardião do conhecimento. Então, ele tem todo um cuidado de escolher os livros da biblioteca, selecionar para aqueles alunos, para que eles possam de melhor maneira abrir assim a imaginação e despertar a vontade de ler, junto com todos”, reforça Carla Soares, que considera a arte de educar uma prática prazerosa.
Consciência crítica
Para ela, o trabalho realizado no dia a dia é essencial para formar novos leitores, potencializar a oralidade das crianças e até mesmo garantir uma consciência crítica desde os anos iniciais da educação. Com livros infantis, envolvendo clássicos da literatura e até mesmo obras de autores regionais, as atividades na Escola Municipal Augusto Meira envolvem estudantes do 1º ao 5º ano do ensino fundamental que, em grupo, não apenas absorvem conhecimentos, mas também trocam experiências entre si.
É no cantinho da leitura, dentro da biblioteca da unidade, que as crianças podem viajar no mundo da literatura. Além de compartilhar histórias um ao outro, os estudantes ainda produzem textos autorais para incentivar o letramento e também fazem resumos do que leram e ouviram. E a expectativa da gestão da escola é ampliar essas iniciativas que fomentem o interesse pela leitura.
“E também temos o ‘Varal dos Poemas’. A gente faz um como se fosse estender roupas no varal. Então, a gente coloca determinados poemas de um autor paraense e fazemos como se fossem ‘roupinhas’, colocando pregadores. Fazemos com que aquela dinâmica seja bem participativa. Eles vão tirando os pregadores do varal e vão pegando aquele poema, lendo e se envolvendo. É muito importante nessa idade, logo nos primeiros anos, que a gente tenha esse envolvimento deles na leitura”, comenta.
A bibliotecária ainda acrescenta: “Se pegar um livro e ler só por ler, eles vão entender e vão ouvir, mas quando tem essa participação e envolvimento de todos, que todos estão participando da história, isso desperta e abre a mente para criar novas histórias. E para fluir o que eles têm vontade de falar e criar”. Carla também lembra que, paralelamente às programações na escola, os estudantes são convidados a lerem em casa e analisar o que leram em sala de aula.
Conhecimento
Para quem aprende algo novo a cada história ouvida, a fome de conhecimento só aumenta. É o caso do estudante Justino Kaleo, do 1º ano do ensino fundamental. Aos 6 anos, o gosto pela leitura já é estimulado. “Eu gosto de vir para cá para poder ficar mais inteligente e para poder saber das coisas”, relata ele, que também recria os personagens das histórias ouvidas por meio de desenhos. “Eu olho por bastante tempo [o personagem], aí eu pego na minha mente o personagem como ele é”.
A estudante Laura Amaral, de 6 anos, também desde cedo já se encantou pelo universo da literatura. Em meio às dinâmicas, ela também divide com os amigos as narrativas propostas pelos professores. “Eu aprendo coisas novas. Também aprendo a ler e eu brinco com meus coleguinhas. E também leio livros em casa. Uma das histórias que eu gosto de ouvir é a do ‘Sapo Comilão’. Também gosto da história dos Três Porquinhos”, conta.
Ler na idade certa
A coordenadora da Escola Municipal Augusto Meira Filho, Fernanda Almeida, enfatiza que as atividades de contação de histórias também são aliadas para o objetivo de alfabetizar na idade certa, um dos pilares do programa “Pró-Leitura Belém”, que também tem entre as propostas formar estudantes leitores na rede municipal de ensino. “A gente compreende que há essa necessidade das crianças terem acesso aos livros e terem acesso a esse mundo da leitura, que é tão importante para desenvolverem o imaginário, a criatividade e esse universo da ludicidade”, afirma.
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