Dia do biólogo: o papel do profissional à preservação de espécies e à educação ambiental; vídeo
A bióloga Thatiana Figueiredo comentou sobre a atuação no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi
No Dia do Biólogo, comemorado anualmente em 3 de setembro no Brasil, a bióloga Thatiana Figueiredo, da equipe do Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), comentou sobre como é a atuação para preservar a vida de muitas espécies que habitam no espaço de visitação, sobretudo aquelas aquelas ameaçadas de extinção, oriundas de comercialização ilegais, maus tratos e criação ilícita.
Atualmente, o Parque Zoobotânico do MPEG, localizado no bairro de São Brás, em Belém, possui cerca de 3 mil animais, a maioria são quelônios de água doce ou terrestre, como tartarugas e jabutis. Thatiana é a única bióloga que atua no local. Já no Centro de Pesquisa do Goeldi, na Terra Firme, atuam mais de 200 profissionais da biologia.
O MPEG foi fundado em 1866, suas atividades concentram-se no estudo científico dos sistemas naturais e socioculturais da Amazônia, bem como na divulgação de conhecimentos e acervos relacionados à região.
Quais são as áreas de atuação de um biólogo? E qual é a sua no Museu Paraense Emílio Goeldi ?
“Talvez a biologia seja um dos cursos que oferecem maiores possibilidades de atuação. Você pode trabalhar com fauna, flora, pesquisas voltadas a seres humanos, na área farmacêutica, enfim, há um leque muito grande de possibilidades. Hoje, especificamente, trabalho com o manejo de fauna em ambiente de zoológico, então, trabalho indiretamente com conservação ex situ”.
Como é o seu trabalho no Goeldi?
“A gente faz um trabalho humanitário que é salvaguardar também a vida de muitas espécies que vem de fora, vítimas de tráfico e maus tratos, criações irregulares, então não deixa de ser também um trabalho humanitário, a gente não cuida só deste plantel que já está estabilizado no parque, cuidamos muito dos animais que chegam de fora. Belém não tem um centro de triagem dos animais que chegam vítimas de várias formas. Com isso, o Goeldi, Bosque Rodrigues Alves e o próprio Mangal das Garças fazem esse apoio”.
Qual é o papel dos biólogos nos locais de visitação a espécies de animais nativos ou exóticos?
“O biólogo tem essa ligação de tratar de educação ambiental e também mostrar a importância desses grandes parques. O papel do biólogo é tentar dar mais qualidade de vida para esses animais e mostrar para quem visita esse parque a importância de tudo isso, por exemplo, o motivo pelo qual a conservação é importante para todas as espécies, principalmente aquelas ameaçadas de extinção. Nós estamos dentro da Amazônia,então a gente vê essa exuberância toda de vegetação, diversidade biológica de espécies de fauna e flora, mas precisamos entender que isso tudo precisa ser conservado, se não um dia podemos exterminar tudo”.
Por que existe a necessidade de ainda ter alguns animais vivendo em cativeiro ou em semiliberdade nos locais de visitação?
“Para esses animais que foram resgatados e trazidos para cá, a ideia é, se tem condições de habilitá-lo e devolvê-lo à vida livre, essa sempre vai ser a melhor alternativa. Agora, acontece que a maioria deles chegam com traumas, traumatismos que impossibilitam eles de cumprirem seu papel biológico normalmente, como por exemplo fraturas de asas, patas ou coisas mais graves. Nós possuímos parceiros como os hospitais veterinários da Ufra e da UFPA de Castanhal, que trabalham conosco nesse esforço de levar o animal à recuperação”.
No dia 15 de agosto, o Parque Zoobotânico celebrou 127 anos. O que ele significa para você?
“Eu digo que o Museu Goeldi é a minha casa. Sou formada como bióloga pela UFPA, mas a gente aprende a ser biólogo quando de fato começamos um trabalho. O Goeldi é uma instituição histórica, ele conta boa parte da história de Belém junto com ela. Tanto que quando as pessoas pensam no Museu, elas lembram da sua infância, lembram deste parque, e não do Centro de Pesquisa, apesar do seu forte poder em diversas áreas de pesquisas. Aqui, oferecemos nossos conhecimentos, o que vemos aprendendo ao longo da vida, o que eu aprendi inclusive dentro dessa casa que é o Goeldi”.
Quais são as novidades que os visitantes vão poder conferir no parque?
“Hoje estamos com um guará reproduzindo, isso é uma novidade porque eles não se reproduzem todo ano. Estamos no início da reprodução das tartarugas, isso é sempre um evento porque são muitos animais que nascem. Este período de verão é conhecido como o período de reprodução de espécies. Se você observar, há muitos ninhos de aves”.