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'Cumprir a vontade de Deus está acima de qualquer coisa', enfatiza o padre Claudio Pighin

Na Homilia deste final de semana, é lembrada a passagem em que Jesus, ao ser avisado da presença da mãe e irmãos, dá a lição de submissão a Deus

Eduardo Rocha

Na passagem bíblica em Marcos 3, 20-35, é narrado que Jesus estava reunido com uma multidão e foi avisado sobre a chegada sua mãe e irmãos. Ao tomar conhecimento desse fato, dá como resposta: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? Quem faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe", deixando, então, uma grande lição de obediência a Deus. E essa passagem das Sagradas Escrituras é o tema da Homilia deste final de semana a cargo do padre Claudio Pighin, diretor da Escola de Comunicação Papa Francisco.


Esse momento da vida de Jesus Cristo, como destaca o padre Claudio, mostra o quanto Deus ama a humanidade, assumindo as pobrezas e não sendo indiferente aos sofrimentos dos seres humanos, auxiliando-os sempre. De sua parte, a humanidade precisa acolher a Deus que "aposta na nossa vida, enaltecendo-a porque é Dele". A Palavra de Deus é bem profunda em seu significado transformador, como frisa padre Claudio. Isso porque ela diz que "cumprir a vontade de Deus entre nós está acima de qualquer coisa, até das pessoas mais queridas, e até da própria mãe". 

Assim, percebe-se quanta coragem tem que ter a pessoa para acolher Deus na sua vida. "Mas quem experimenta esse amor de Deus, com tudo o que é possível, diz o apóstolo Paulo, nada pode lhe impedir de fazer a vontade de Deus. Uma vida cheia de amor se torna corajosa e destemida em se doar. O Evangelho escrito por Marcos, por sinal, é o mais antigo, fala da família de Jesus que o procura, porque estava preocupada com ele. 

Resgate

Isso significa que naquele época a grande família era o esteio da vida social. Por meio da família, se garantia a posse da terra, a defesa das pessoas e das suas identidades e das tradições. Desse jeito, concretizavam o amor de Deus e do próximo. Portanto, defender a família era a mesma coisa que defender a aliança de Deus com o seu povo. 

"No tempo de Jesus, a família se enfraqueceu devido ao sistema dos novos governos que impuseram muitos impostos, aumentaram as dívidas, difundiu-se uma mentalidade individualística e a invasão do poderoso Império Romano. Perante uma realidade de problemas e sofrimentos, a família se fechou em si, como autodefesa, perdeu aquela força que antigamente permitia ser a alma da sociedade, a garantia de ser o amparo para todos infinitos problemas que a família teve que abraçar. Impediu-se assim que as pessoas e reunissem em comunidade. Resultado: aumentaram os obstáculos para a manifestação do Reino de Deus por meio da partilha comunitária das pessoas. As pessoas se fecharam em si, nas suas pequenas famílias, abandonando a comunidade maior. Será hoje temos algo parecido com a família daquele tempo?", pergunta o padre Claudio Pighin.

Por isso, como frisa o padre Claudio, o Evangelho mostra que quando a sua família tentou se apropriar dele, Jesus reagiu perguntando quem era a família dele, indicando que essa ia bem além de sua mãe e seus parentes. "Assim, ele quis resgatar a comunidade, abrindo de novo as famílias para abrigarem todo mundo, sobretudo, quem mais necessitava, demonstrando desse modo uma presença efetiva do Reino de Deus, restaurando a família, verdadeira comunidade, revela a encarnação do amor de Deus e do próximo", finaliza o padre Claudio Pighin.

Belém