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Criança paraense chama atenção da web por síndrome que a faz falar palavrões; entenda

Diagnosticado com síndrome de Tourette, um vídeo do pequeno Matias Rocha viralizou esta semana no X; veja

Lucas Quirino
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Viralizou esta semana um vídeo de Matias Rocha, um garoto paraense de apenas 11 anos, que sofre com a síndrome de Tourette, distúrbio neurológico caracterizado pela presença de tiques, entre eles movimentos ou sons que saem involuntariamente e de forma repetitiva.

O caso de Matias começou quando ele tinha 9 anos. Segundo a mãe, Nágila Rocha, a criança, inicialmente, imitava desenhos. "Depois vieram gritos desconexos, tiques motores e também os palavrões”, disse. Veja:

Nágila Rocha conta que o diagnóstico do Matias veio em março de 2023, após episódios de tiques intensos. “Pensamos de tudo: que ele poderia ter batido a cabeça, passamos por vários médicos. Até que ele teve que ficar internado após três dias em crise em Macapá, onde morávamos. No hospital de emergência, ele passou por um médico que tinha conhecimento sobre a Tourette e diagnosticou ele. Saímos de lá com o laudo", relata. 

image Nágila Rocha explica que Matias vem evoluindo com o tratamento e medicamento (Foto: Arquivo Pessoal)

Hoje, Nágilla tem um perfil em uma rede social com mais 200 mil seguidores, no qual ela demonstra como é o dia a dia do filho e como é lidar com a Síndrome de Tourette diariamente. Enquanto isso, Matias vem fazendo o tratamento adequado, à base de terapias e medicações. “Tudo isso tem ajudado bastante ele, mas ainda é bem recente. A Tourette é uma montanha russa! Tem dias que ele está melhor e tem dias que ele piora. Depende muito do estado emocional dele”, diz a mãe.

Diagnóstico e tratamento da Síndrome de Tourette

A psiquiatra Daniele Boulhosa explica que nem todas as pessoas com a síndrome têm coprolalia, que são palavras ou expressões obscenas, como é o caso do vídeo. “A maioria dos pacientes apresenta tiques mais leves e controláveis, mas a intensidade pode variar de pessoa para pessoa”, ressalta a psiquiatra. 

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No caso do participante do reality, o diagnóstico da Síndrome de Tourette aconteceu ainda na infância, por volta de 9 anos de idade

Sobre diagnóstico e tratamento, Daniele diz que não há um exame específico que comprove a síndrome. "O médico realiza uma avaliação detalhada dos tiques do paciente, observa frequência, duração e analisa se os sintomas estão presentes desde a infância, normalmente entre 5 e 10 anos. Também descartamos outras condições que possam apresentar sintomas semelhantes, como distúrbios de movimento ou condições neurológicas”, aponta a especialista.

O tratamento da síndrome depende da gravidade dos sintomas, de acordo com a psiquiatra. Em muitos casos, ela destaca que, especialmente quando os tiques não afetam a qualidade de vida, pode não ser necessário tratamento. No entanto, quando os tiques são mais intensos ou interferem no cotidiano da pessoa, o tratamento pode envolver tanto terapia comportamental quanto medicamentos. 

“A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é bastante eficaz, ajudando a pessoa a gerenciar e controlar os tiques. Em alguns casos, utilizamos medicamentos, como antipsicóticos ou aqueles que agem no sistema nervoso central para diminuir os tiques. A estimulação cerebral profunda também pode ser uma opção para casos mais graves, mas isso é avaliado individualmente”, diz Daniele Boulhosa. 

Causas da síndrome de Tourette

A psiquiatra conclui dizendo que não existe uma causa exata da Síndrome de Tourette, mas ela está relacionada a fatores genéticos e neurológicos. 

“Existem indícios de que uma combinação de fatores genéticos, como o histórico familiar de distúrbios neurológicos, juntamente com alterações no funcionamento do cérebro, especialmente nas áreas responsáveis pelo movimento e comportamento, podem ser responsáveis. Além disso, desequilíbrios nos neurotransmissores, como a dopamina, também são considerados fatores contribuintes”, finaliza a especialista. 

Lucas Quirino (Estagiário sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)

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