Confira dicas para o transporte seguro de animais via terrestre
Em alguns casos, tem carros que podem fazer a adaptação de um cinto de segurança para pet, para que ele não se mova no carro
Viajar com animais, seja por via terrestre, aérea ou fluvial requer cuidados específicos para a segurança dos pets. No último final de semana, uma família paraense viveu um episódio de tristeza após perder três cães de porte grande durante uma viagem terrestre de Ananindeua para Santa Catarina. Diante disso, a reportagem conversou com o médico veterinário Pedro Henrique Marques Barrozo para saber sobre os principais cuidados que tutores e empresas especializadas nesse tipo de serviço devem ter.
Em relação ao transporte de pets em viagens, o veterinário explica que é importante, independente do tempo de duração da viagem, que os animais façamos o traslado sob cuidados como: ser transportados em caixas específicas de transporte, têm algumas que são ideais para gatos e cães e elas variam de acordo com o porte do animal. Elas devem ser bem ventiladas, com um tamanho ideal para que o animal consiga se movimentar dentro da caixa e fique de forma confortável.
Em alguns casos, tem carros que podem fazer a adaptação de um cinto de segurança para pet, para que ele não se mova no carro, então fica um um cinto acoplado no peitoral do animal. “Em situações em que o animal seja de grande porte, pode ser feita adaptação de grades entre o banco traseiro e o bagageiro do carro e sempre lembrar que o animal não pode ser transportado de forma solta ou no colo do tutor, pois ele pode acabar sofrendo algum acidente, pode ter algum tipo de susto e pode sofrer um acidente ou até causar um acidente para para os passageiros”, pontua o veterinário.
Ainda de acordo com os cuidados, é importante que o animal tenha sempre água disponível, principalmente, em locais que sejam de altas temperaturas para evitar a desidratação. “O ideal é fazer algumas paradas para descanso, para o animal conseguir se exercitar melhor”, destaca.
Então, dependendo da viagem, da distância é indicado que a cada três horas seja feita uma parada para o animal poder se exercitar, se alongar, beber água, fazer as necessidades. Outra questão é com relação a temperatura do ambiente onde o animal é transportado. “Nunca deixar o animal parado, com o vidro do carro fechado, abafado. Tem que estar em um local bem ventilado, ou então, dependendo da situação, com o ar-condicionado ligado”, acrescenta o médico veterinário.
E em relação à alimentação, deve ser feita antes da viagem de uma forma moderada e sem excesso para evitar que o animal manifeste algum tipo de enjoo e vômito.
Em relação se é necessário que um veterinário acompanhe essa viagem, não é obrigatório, porém, algumas exceções devem ter um cuidado maior. “Alguns animais têm problemas de saúde crônico, problemas cardíacos, problemas neurológicos. Então, nesses casos pode ter necessidade de se ter um acompanhamento mesmo que seja de forma online, em ligações com um veterinário diretamente. Nesse caso, o cuidado também deve ser com animais idosos”, completa Pedro Henrique Marques.
É recomendado, nesses casos, que antes da viagem seja consultado um veterinário para que ele possa passar medicações, possa dar orientações de como amenizar esse trajeto.
Fiscalização
O gerente de fiscalização da Agência de Regulação e Controle dos Serviços Públicos de Transporte (Artran) enviou por meio de nota que os fiscais da Artran verificam se os animais transportados estão dentro das condições determinadas pela Lei Nº 9403 de 2021, como exemplo, o peso que é de 10 quilos para animais de raça pequena e a questão da vacina, sendo necessário ter a antirrábica e a polivalente.
“O animal precisa estar em local limpo e saudável, e se for transportado sob efeito de sedativo o dono precisa apresentar o laudo médico para a Artran ou para os funcionários da transportadora. Vale lembrar que o animal não pode ser levado em locais insalubres como porão e bagageiro, nem ser transportado em horários de pico, entre 6h e 9h e 18h até 20h, para não comprometer o conforto e segurança dos usuários do transporte público. Se o proprietário quiser levar o animal em assento, deverá pagar à transportadora pela passagem. É importante destacar que é vedado, no máximo, três animais por viagem ou por veículo”, pontua o gerente. Os agentes de fiscalização da Artran atuam no Terminal Rodoviário de Belém, das 7h às 19h.
O Estado do Pará sancionou no dia 21/12/2021 a Lei Nº 9403, que permitiu e regulamentou o serviço de transporte de animais domésticos de até 10 kg (dez quilos) no interior dos veículos integrantes do transporte público de passageiros da Região Metropolitana de Belém e do transporte público intermunicipal de passageiros do Estado do Pará.
Veja algumas das regras que devem ser seguidas:
- A carteira de vacinação do animal deverá ser apresentada por seu responsável
constando como válidas, no mínimo, as vacinas antirrábica e polivalente. As duas
vacinas precisam ser renovadas anualmente;
- O animal deve estar em estado de higiene visível, para assim ser garantida sua saúde e
a prevenção na possibilidade de transmissão de doenças aos passageiros, funcionários
em serviço no veículo e outros animais que estiverem presentes;
- O animal deve ser transportado em caixas de transporte resistente, que esteja limpa e
livre de dejetos. Dica: coloque um tapete higiênico dentro da caixa para manter a higiene;
- A critério do tutor responsável, o animal pode ser sedado para a viagem, desde que sob
supervisão ou laudo de médico veterinário, sem qualquer responsabilidade para o
transportador;
- O transporte dos animais domésticos, com exceção de cães-guias, não poderá ser
realizado entre às 6h e às 9h e entre às 18h e às 20h, que são
considerados os horários de pico;
- Será cobrada a tarifa regular da linha pelo assento utilizado para o transporte do animal,
se for o caso;
- Fica limitado a 3 (três) o número de animais a serem transportados a bordo do veículo,
por viagem, com exceção de cães-guias, haja vista que a quantidade desses animais diz
respeito à necessidade do portador de deficiência visual;