Compulsão alimentar: Entenda o que é e como tratar o transtorno

A modelo Yasmin Brunet relatou no BBB24 sobre possuir a compulsão alimentar e acendeu a discussão sobre o tema

Maycon Marte | Especial para O Liberal
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O episódio onde um grupo de participantes do Big Brother Brasil 24 julga o corpo da modelo Yasmin Brunet provocou revolta entre os espectadores na internet na última semana. A modelo relatou no programa sobre possuir a compulsão alimentar e acendeu o debate sobre o tema nas redes sociais. Cultivar bons hábitos em relação à alimentação desde a infância está entre os cuidados possíveis.

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A ausência de controle durante os momentos de compulsão também é uma característica marcante do transtorno, como descreve a Psicóloga Clínica de Adultos, de Belém, Caroline Cavalcante. “As pessoas dizem que não conseguem por exemplo parar de comer, que não conseguem controlar o que, e quanto se está comendo”.

A profissional menciona que de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), a compulsão alimentar é caracterizada por episódios de ingestão, em um determinado período, de uma quantidade de alimento maior que a maioria das pessoas consumiria.

Quais são os sinais de alerta?

Entre as manifestações comuns aos episódios de compulsão, comer mais rápido, comer até se sentir mal e comer em grande quantidade sem a sensação de fome, devem servir de alerta para as pessoas. O Manual de Transtornos Mentais estabelece que os episódios vão ocorrer em média uma vez por semana ou mais, por um período de três meses. A psicóloga clínica, ainda ressalta as consequências e prejuízos da compulsão alimentar para o indivíduo.

“Transtornos alimentares vão ser caracterizados por uma perturbação persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação, o que resulta no consumo ou absorção alterada de alimentos e compromete de forma significativa à saúde física ou o funcionamento psicossocial trazendo então prejuízos na saúde e na qualidade de vida dessa pessoa”, completa.

Para a psicóloga Caroline, é essencial que um profissional capacitado faça o rastreamento dos sintomas e apresente uma completa compreensão desse quadro clínico.

“É importante que mesmo que a pessoa tenha se identificado com um ou mais dos sintomas descritos isso não significa por si só que ela tem o diagnóstico de transtorno de compulsão alimentar, esse diagnóstico deve ser feito ou por um médico psiquiatra ou por um psicólogo e até mesmo o acompanhamento desses dois profissionais pode-se fazer necessário”, afirma.

Qual o tratamento?

Sobre os episódios do transtorno a nutricionista clínica e comportamental, de Belém, Amanda Simões, também pontua que “a compulsão vem acompanhada de um grande sentimento de culpa logo após seu acontecimento, diferente da Bulimia que utiliza elementos “compensatórios “ a compulsão não tem atitudes compensatórias na sequência. Ainda ressalta que o acompanhamento em conjunto com a avaliação de um psiquiatra é importante para definir a necessidade do uso de medicamentos.

Para a nutricionista, o primeiro passo é reconhecer a compulsão e identificar os gatilhos, ela afirma que o tratamento é psicoterapêutico e terapêutico-nutricional. A profissional cita a técnica do Mindful Eating como exemplo das técnicas que podem ser utilizadas por um nutricionista no tratamento da compulsão. A prática usa algumas ferramentas de respiração, meditação e alimentação, além de recursos visuais para trabalhar os sentidos e reconstruir a relação com a comida, porém não está disponível no Sistema Público de Saúde (Sus).

Como prevenir?

O transtorno alimentar não possui uma única causa definitiva, a sua manifestação vai depender de diferentes fatores biológicos, psicológicos e sociais que contribuíram para o seu desenvolvimento. Embora possua causas subjetivas, a nutricionista cita exemplos de comportamentos comuns na educação tradicional que podem criar uma relação negativa entre o indivíduo e o alimento desde a infância.

“Tem algumas coisas, por exemplo, que a gente faz muito com as crianças, principalmente na educação tradicional que é: Vamos lá só mais essa! Olha, só vai brincar se comer tudinho! Você não vai ser forte, se você não almoçar tudo! E aí acaba que a pessoa desde a infância”, acrescenta Amanda Simões

Onde buscar ajuda?

Em caso de suspeita para os sintomas da compulsão alimentar, o indivíduo pode procurar os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), com seu documento de identificação em mãos. Os CAPS oferecem atendimento com psicólogos e psiquiatras de maneira gratuita. A partir deste primeiro contato, será feita a avaliação para dar continuidade ou não no tratamento.

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Belém
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